Nas
terras da África Ocidental, na região do baixo rio Níger, próximo ao Oceano
Atlântico e ao sul dos reinos do Sahel, viveram os iorubás. Eles constituíram
uma civilização marcadamente urbana. A força econômica das cidades vinha
sobretudo do comércio. Seus comerciantes (homens e mulheres) circulavam por
terra e pelos rios da região em canoas carregadas de produtos da floresta
(peles de leopardo, pimenta, marfim, noz de cola), além de objetos de couro,
metal e marfim confeccionados por seus artesãos.
Entre
as principais cidades estavam Ifé, Keto e Oyó. Ifé era considerada a cidade
sagrada, a capital religiosa, vista por eles como o umbigo do universo, onde
tudo começou. Cada cidade tinha um chefe local, o Oni, responsável por
administrar a cidade, distribuir a justiça e promover os cultos religiosos. O
Oni de Ifé era denominado Obá, chefe principal dos iorubás, que tinha
ascendência sobre os governantes das demais cidades, mas não interferia na sua
administração. As cidades eram organizadas em torno do culto a divindades
relacionadas às forças da natureza e ao passado mítico das dinastias reais,
como Ogum e Xangô.
Por
volta do século XII, ao sudoeste de Ifé, se formou o Reino do Benin, que seguiu
o modelo de governo de Ifé. Seu governante tinha que ir a Ifé para ter
reconhecido seu poder pelo Obá. O comércio era a principal fonte de riqueza do reino.
Quando os europeus iniciaram as Grandes Navegações, no século XV, foi este
reino o que encontraram e fizeram importante aliança, para obtenção de seres
humanos escravizados. Com o tempo, a sua capital, Benin, se tornou a cidade
mais importante da região.
Os
iorubás produziam esculturas atraentes e realistas, como cabeças humanas feitas
em bronze e em tamanho natural, utilizando materiais como argila, cobre,
bronze, madeira e marfim. A arte de matriz iorubá atingiu um grande nível de
excelência, levando influência para a América (especialmente Cuba e Brasil) e
com o colonialismo do século XX sendo levada para museus europeus.