13.4.22

Iorubás

 

Nas terras da África Ocidental, na região do baixo rio Níger, próximo ao Oceano Atlântico e ao sul dos reinos do Sahel, viveram os iorubás. Eles constituíram uma civilização marcadamente urbana. A força econômica das cidades vinha sobretudo do comércio. Seus comerciantes (homens e mulheres) circulavam por terra e pelos rios da região em canoas carregadas de produtos da floresta (peles de leopardo, pimenta, marfim, noz de cola), além de objetos de couro, metal e marfim confeccionados por seus artesãos.

Entre as principais cidades estavam Ifé, Keto e Oyó. Ifé era considerada a cidade sagrada, a capital religiosa, vista por eles como o umbigo do universo, onde tudo começou. Cada cidade tinha um chefe local, o Oni, responsável por administrar a cidade, distribuir a justiça e promover os cultos religiosos. O Oni de Ifé era denominado Obá, chefe principal dos iorubás, que tinha ascendência sobre os governantes das demais cidades, mas não interferia na sua administração. As cidades eram organizadas em torno do culto a divindades relacionadas às forças da natureza e ao passado mítico das dinastias reais, como Ogum e Xangô.

Por volta do século XII, ao sudoeste de Ifé, se formou o Reino do Benin, que seguiu o modelo de governo de Ifé. Seu governante tinha que ir a Ifé para ter reconhecido seu poder pelo Obá. O comércio era a principal fonte de riqueza do reino. Quando os europeus iniciaram as Grandes Navegações, no século XV, foi este reino o que encontraram e fizeram importante aliança, para obtenção de seres humanos escravizados. Com o tempo, a sua capital, Benin, se tornou a cidade mais importante da região.

Os iorubás produziam esculturas atraentes e realistas, como cabeças humanas feitas em bronze e em tamanho natural, utilizando materiais como argila, cobre, bronze, madeira e marfim. A arte de matriz iorubá atingiu um grande nível de excelência, levando influência para a América (especialmente Cuba e Brasil) e com o colonialismo do século XX sendo levada para museus europeus.