Leia o poema e reflita sobre as seguintes questões:
1. Como o “homem branco” é apresentado no poema?
2. Que palavras e expressões o autor utiliza para se referir
aos povos colonizados?
3. Que ideia o autor transmite ao designar o imperialismo
como “o fardo do homem branco”?
4. Qual era o “fim que todos procuram” (3ª estrofe)?
5. Na sua opinião, em que ideias, crenças ou visão de mundo
o poema se baseia?
I
Tomai o fardo do Homem Branco
Envia teus melhores filhos
Vão, condenem teus filhos ao exílio
Para atender as necessidades de seus cativos;
Para servir, com pesados chicotes
O povo agitador e selvagem
Seus novos-cativos, povos agressivos,
Metade demônio, metade criança.
Tomai o fardo do Homem Branco
Com paciência para suportar.
Oculte o terror ameaçador
E controle a demonstração de orgulho;
Pela palavra suave e simples,
Explicando centenas de vezes,
Busque o benefício de outrem
E trabalhe para o ganho de outrem
Tomai o fardo do Homem Branco
As guerras selvagens pela paz –
Encha a boca dos famintos,
E proclama o fim das doenças
E quando seu objetivo estiver próximo
(O fim que todos procuram)
Olha a indolência e loucura pagã
Destruindo todas suas esperanças.
Tomai o fardo do Homem Branco
Sem a mão de ferro dos reis,
Mas, sim, servir e trabalhar
A história das coisas comuns.
Os portos que não deves entrar,
As estradas que não deves passar,
Vá, construa-as com a sua vida
E marque-as com seus mortos
Tomai o fardo do Homem Branco
E colha sua antiga recompensa
A culpa daqueles que você tornou melhor
O ódio daqueles que você guarda
O choro das multidões que você ouve
(Ah, devagar!) em direção à luz:
"Por que nos tiraste da escravidão,
Nossa amada noite egípcia?”
Tomai o fardo do Homem Branco
Não tente impedir
Nem clame alto pela Liberdade
Para ocultar sua fadiga
Por tudo que deseja ou sussurra
Por tudo que faça ou deixa de fazer
Os povos soturnos e melancólicos
Medirão seu Deus e você.
Tomai o fardo do Homem Branco!
Acabaram-se seus dias de criança
O prêmio oferecido suavemente
O elogio fácil e glorioso
Venha agora, procura sua virilidade
Por todos os anos difíceis,
Frios, afiados com a sabedoria adquirida,
O reconhecimento de seus pares! (*)