Blog destinado às atividades com QR Code na disciplina de História no IFRS Campus Veranópolis
22.2.24
Revolução Industrial
Saber se a Revolução Industrial
deu à maioria dos britânicos mais ou melhor alimentação, vestuário e habitação,
em termos absolutos ou relativos, interessa, naturalmente, a todo historiador. Entretando,
ele terá deixado de aprender o que a Revolução Industrial teve de essencial, se
esquecer que ela não representou um simples processo de adição e subtração, mas
sim uma mudança social fundamental. Ela transformou a vida dos homens a ponto
de torná-las irreconhecíveis. Ou, para sermos mais exatos, em suas fases
iniciais, ela destruiu seus antigos estilos de vida, deixando-os livres para
descobrir ou criar novos, se soubessem ou pudessem. Contudo, raramente ela lhes
indicou como fazê-lo.
Revolução Industrial
Com a chegada da força a vapor,
foram abolidos os limites anteriores à complexidade e tamanho da maquinaria e à
magnitude das operações que esta podia executar. Em certa medida, a revolução da
técnica adquiriu até um ímpeto cumulativo próprio, porquanto cada avanço da
máquina tendia a trazer, em consequência, uma especialização maior das unidades
da equipe humana que a operava. E a divisão do trabalho, simplificando os
movimentos individuais, facilitava ainda outras invenções, pelas quais esses
movimentos simplificados eram imitados por uma máquina. A essa tendência
cumulativa, juntaram-se duas outras: a primeira no sentido de uma produtividade
crescente de mão de obra, e, portanto, (dada a estabilidade ou, pelo menos, nenhum
aumento comparável de salários reais) a um fundo cada vez maior de mais-valia,
do qual se derivava nova acumulação de capital; e a segunda no sentido de uma
concentração cada vez maior da produção e da propriedade do capital.
Revolução Industrial
Além disso, é consenso que a
presença destes estímulos é mais provável numa indústria produtora de bens de
consumo amplamente difundidos, estandardizados razoavelmente mais para compradores
pobres do que para ricos, fabricados com matérias-primas cuja demanda pode
crescer sem aumentar excessivamente sem aumentar excessivamente os custos, e
cujo transporte reflete pouco no preço. Uma indústria desta natureza se prestaria,
de maneira especial, à revolução, se fosse possível introduzir a mudança tecnológica
com sentido oportunista e a baixo custo, e se altamente capacitado ou
tecnicamente especializado de empresários e operários, ou um investimento preliminar
excessivo, ou inovações científicas e tecnológicas prévias. Mas, quanto mais
simples e menos custosas forem as inovações, mais provável será sua adoção
geral. Em outras palavras, “não é uma simples bobagem supor que o setor têxtil
foi o melhor preparado para dar sinal de partida na primeira arrancada”.
Revolução Industrial
Muitos autores já discutiram a
respeito do conceito de “Revolução Industrial”. Para alguns, como Paul Mantoux,
não se trata de uma revolução, pois estava relacionado com causas remotas,
apesar de reconhecer a velocidade de seu desenvolvimento e as suas
consequencias. Outros, como Rioux, Dobb, Hobsbawm consideram que estava
ocorrendo, naquele momento, uma ruptura qualitativa nas estruturas socioeconômicas,
sendo, portanto, pertinente a utilização do conceito de revolução. As
alterações técnicas aumentaram a produtividade do trabalho e implementaram um
novo ritmo à produção.