“Casou-se com o líder do levante indígena, Tupac Amaru. Enquanto Micaela
era de origem humilde, Tupac era descendente do Mano Inca. [...] Vários
documentos se referem a ela com hostilidade assegurando que tinha um caráter
mais intrépido que o marido e que em sua ausência ela mesma dirigia as
expedições a cavalo para recrutar pessoas e armas, dando ordens com rara
intrepidez e autorizando os editos com sua assinatura (Antología de la
Independencia del Perú. AIP. Lima, 1972, p. 5.)
Quando Tupac Amaru avançou em direção ao sul para estender a sublevação
às províncias altas, [...] Micaela Bastidas ficou encarregada da parte
administrativa e política de Tungasuca. É nesse período que sua presença
começou a se impor de maneira definitiva: dá ordens, outorga salvo-condutos,
lança editos, dispõe sobre expedições para recrutar pessoas e envia cartas aos
caciques. (Archivo General de Indias de Sevilla y Audiencia de Lima: legajos
1039 y 1040). Não existem sutilezas nem vacilações. Chama os corregedores de
ladrões e prende aqueles que se negam a obedecer a Tupac Amaru.
Entre 23 de novembro de 1780 e 23 de março de 1781, Micaela Bastidas
dirigiu dezenove cartas a Tupac Amaru, através das quais é possível seguir o
curso da insurreição e o lugar que ela ocupou. [...] Desde o triunfo da Batalha
de Sangarara ela o havia pressionado para que marchasse em direção a Cuzco, sem
nenhum resultado. Cansada, escreve uma carta que pôs fim à correspondência.
Insiste em sua carta do dia seguinte na qual inclusive lhe comunica que decidiu
marchar sozinha a Cuzco à frente do exército assentado em Tungasuca. Micaela
Bastidas pretendia apressar a marcha ao Cuzco com a segurança de ter a adesão
do povo, desencadeando uma guerra de maior alcance. A estratégia de Tupac
Amaru, entretanto, era sitiar Cuzco e cortar o abastecimento da cidade contando
com a adesão dos próprios habitantes.
No final de dezembro Tupac Amaru e seus capitães decidiram marchar a
Cuzco e Tupac Amaru e Micaela Bastidas avançam juntos à frente dos rebeldes.
[...] ( La Rebelión, CDIP, Volumen 2°, p. 118.)
Durante os três meses que durou o enfrentamento armado, Micaela
participou no combate e assegurou a provisão de armas e alimentos.
[...] Após a derrota de Tupac Amaru, Micaela Bastidas também é presa
juntamente com seus filhos e vários familiares.
[...] A importância da presença de Micaela Bastidas na gesta libertária
fica
demonstrada na acusação. A sentença não poderia ser mais clara: “Por
cumplicidade na Rebelião premeditada e executada por Tupac Amaru, auxiliando-o
em tudo o que pode, dando as ordens mais vigorosas e fortes para juntar gente,
(…) invadindo as províncias para sujeitá-las a sua obediência, condenando quem
não obedecia suas ordens ou de seu marido, (…) esforçando e animando os índios
ao levante”. (La Rebelión, CDIP, Volumen 2°, p. 736.)
Foi condenada a morte e executada em 18 de maio de 1781. [...]” Fonte:
https://latinoamericaexuberante.org/13220-2/
Reflitam sobre os seguintes pontos:
a) Quem foi Micaela Bastidas?
b) Ela teve papel de destaque no processo de independência? Por quê?
c) Por qual motivo Micaela foi condenada à morte?
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