9.3.24

Micaela Bastidas

 


“Casou-se com o líder do levante indígena, Tupac Amaru. Enquanto Micaela era de origem humilde, Tupac era descendente do Mano Inca. [...] Vários documentos se referem a ela com hostilidade assegurando que tinha um caráter mais intrépido que o marido e que em sua ausência ela mesma dirigia as expedições a cavalo para recrutar pessoas e armas, dando ordens com rara intrepidez e autorizando os editos com sua assinatura (Antología de la Independencia del Perú. AIP. Lima, 1972, p. 5.)


Quando Tupac Amaru avançou em direção ao sul para estender a sublevação às províncias altas, [...] Micaela Bastidas ficou encarregada da parte administrativa e política de Tungasuca. É nesse período que sua presença começou a se impor de maneira definitiva: dá ordens, outorga salvo-condutos, lança editos, dispõe sobre expedições para recrutar pessoas e envia cartas aos caciques. (Archivo General de Indias de Sevilla y Audiencia de Lima: legajos 1039 y 1040). Não existem sutilezas nem vacilações. Chama os corregedores de ladrões e prende aqueles que se negam a obedecer a Tupac Amaru.

Entre 23 de novembro de 1780 e 23 de março de 1781, Micaela Bastidas dirigiu dezenove cartas a Tupac Amaru, através das quais é possível seguir o curso da insurreição e o lugar que ela ocupou. [...] Desde o triunfo da Batalha de Sangarara ela o havia pressionado para que marchasse em direção a Cuzco, sem nenhum resultado. Cansada, escreve uma carta que pôs fim à correspondência. Insiste em sua carta do dia seguinte na qual inclusive lhe comunica que decidiu marchar sozinha a Cuzco à frente do exército assentado em Tungasuca. Micaela Bastidas pretendia apressar a marcha ao Cuzco com a segurança de ter a adesão do povo, desencadeando uma guerra de maior alcance. A estratégia de Tupac Amaru, entretanto, era sitiar Cuzco e cortar o abastecimento da cidade contando com a adesão dos próprios habitantes.

No final de dezembro Tupac Amaru e seus capitães decidiram marchar a Cuzco e Tupac Amaru e Micaela Bastidas avançam juntos à frente dos rebeldes. [...] ( La Rebelión, CDIP, Volumen 2°, p. 118.)


Durante os três meses que durou o enfrentamento armado, Micaela participou no combate e assegurou a provisão de armas e alimentos.

[...] Após a derrota de Tupac Amaru, Micaela Bastidas também é presa juntamente com seus filhos e vários familiares.

[...] A importância da presença de Micaela Bastidas na gesta libertária fica

demonstrada na acusação. A sentença não poderia ser mais clara: “Por cumplicidade na Rebelião premeditada e executada por Tupac Amaru, auxiliando-o em tudo o que pode, dando as ordens mais vigorosas e fortes para juntar gente, (…) invadindo as províncias para sujeitá-las a sua obediência, condenando quem não obedecia suas ordens ou de seu marido, (…) esforçando e animando os índios ao levante”. (La Rebelión, CDIP, Volumen 2°, p. 736.)

Foi condenada a morte e executada em 18 de maio de 1781. [...]” Fonte: https://latinoamericaexuberante.org/13220-2/


Reflitam sobre os seguintes pontos:

a) Quem foi Micaela Bastidas?

b) Ela teve papel de destaque no processo de independência? Por quê?

c) Por qual motivo Micaela foi condenada à morte?


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