A sátira como arma revolucionária
Às vésperas da Revolução Francesa, cerca de 80% da renda dos camponeses era destinado ao pagamento de impostos, dízimos e taxas. Em Paris, um sans culotte gastava 88% dos seus rendimentos com alimentação. Sobravam 12% para as outras despesas. Essa difícil situação, que também era vivida por outros grupos do Terceiro Estado, foi denunciada em desenhos, gravuras e panfletos da época. Nestes últimos também era destacada a importância do Terceiro Estado para a economia francesa.
Em 1788, Emmanuel Joseph Sieyes (1748-1836), ou abade Sieyes, publicou um panfleto, intitulado "O que é o Terceiro Estado?". Leia o texto a seguir e observe as imagens.
Evidência histórica 1
"Que é o Terceiro Estado? Tudo. Que tem sido até agora na ordem política? Nada. Que deseja? Vir a ser alguma coisa.
O Terceiro Estado forma em todos os setores dos dezenove/vinte avos, com a diferença que ele é encarregado de tudo o que existe de verdadeiramente penoso, de todos os trabalhos que a ordem privilegiada se recusa a cumprir.
Quem, portanto, ousaria dizer que o Terceiro Estado não tem em si tudo que é necessário para formar uma nação completa? Ele é o homem forte e robusto que tem um de seus braços ainda acorrentados. Se suprimíssemos a ordem privilegiada, a nação não seria algo de menos, e sim alguma coisa mais.
Assim, que é o Terceiro Estado? Tudo, mas um tudo livre e florescente. Nada pode caminhar sem ele, tudo iria infinitamente melhor sem os outros."
SIEYES, Emmanuel Joseph. O que é o Terceiro Estado? In: FALCON, Francisco; MOURA, Gerson. A formação do mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Campus, 1983, p.66.
Evidência histórica 2
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