25.9.19

O Comércio Transaariano

Leiam atentamente os trechos abaixo e observem os mapas

Diversas áreas da África tinham contato com regiões de fora do continente. Os povos da Costa do Oceano Índico comercializavam com Pérsia, Índia, chegando até a China. Esse trânsito era facilitado por correntes e ventos das monções que facilitavam as navegações entre a Ásia e a África. Essa economia da África tornou-se mais substantiva com o comércio de ouro entre os reinos do Sahel e a Europa Medieval, intermediado, entre os séculos X e XV pelos árabes que cruzavam em caravanas o deserto do Saara.

A posse do dromedário alteraria completamente a vida dos berberes do deserto, permitindo que eles, de certa forma, o ocupassem. Deixava o Saara de ser uma espécie de terra de ninguém, para ver-se apossado pelas tribos nômades que conheciam seus caminhos [...] e deles cuidavam [...] O deserto tornava-se, assim, um mar interior [...] A partir de então, ligaria também o mundo mediterrâneo ao país dos negros, em vez de apenas separá-los. (​COSTA E ​SILVA, 1996, p. 249)

Talvez ainda mais remoto no tempo e mais corriqueiros fossem os trechos que se traçavam através do Sahel. Pois desde muito devia-se ir buscar o sal na região de Trarza, para dele abastecer as aldeias e cidades sudanesas.(​COSTA E ​SILVA, 1996, p. 255) 

As mercadorias mais importantes e mais antigas do comércio transaariano foram o escravo, o ouro e o sal. O ouro tão necessário à economia monetária do Norte da África, da Europa e do Oriente Próximo. O sal, indispensável às populações sudanesas e silvícolas. (​COSTA E ​SILVA, 1996, p. 255)

O desenvolvimento, no Sudão Ocidental, de numerosos reinos foi estimulado pelo comércio transaariano, que o dromedário tornou possível. Há sinais de que, a partir dos fins do século III, o ouro começou, em pequenas quantidades, a atravessar o Saara, vindo da terra dos negros. E de que seu volume já devia ter peso, no período bizantino da África do Norte, tendo em vista a importância que assumiu Cartago como centro de cunhagem de moedas de ouro. (​COSTA E ​SILVA, 1996, p. 252-253)

[...] fileiras de milhares de dromedários levavam, do Magrebe e da Líbia para o Sahel, sal, cobre, bijuteria de vidro, conchas e pedras, perfumes, coral de Ceuta, espadas, panos de algodão e outros artigos de luxo. E também Tâmaras, do oásis do deserto. E também, possivelmente, desde o início, cavalos. De torna-viagem, iriam carregados de goma, âmbar cinzento, pimenta malagueta, peles, marfim.(​COSTA E ​SILVA, 1996, p. 254) 

Figura 1. Região do Sahel

Figura 2. Rotas comerciais e produtos comercializados no Sahel.

Figura 3. Atlas Catalão, de 1375, com a figura do Imperador do Mali, Mansa Musa.
1. Pepita de ouro. 2. Coroa. 3. Cetro. 4. O trono

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