O colonialismo exigia o máximo de coerção, tanto para recrutar a mão de obra local como para mantê-la nos locais de produção. Nos primeiros tempos da conquista europeia, por vezes o próprio capital privado encarregou-se da coerção e de fazer reinar a ordem, por meio das companhias coloniais dotadas de privilégios, cartas e concessões.
Blog destinado às atividades com QR Code na disciplina de História no IFRS Campus Veranópolis
28.7.24
Imperialismo
17.7.24
Imperialismo
Podemos elencar quatro justificativas ideológicas para o Imperialismo:
c) Racistas: existiam diferenças naturais entre as raças; era
lógico que a superior (branca) dominasse a inferior (negra).
d) Social-darwinista: princípio da sobrevivência das espécies;
dominação dos mais fracos (negros) pelos mais fortes (brancos) como uma lei da
natureza; eliminação das sociedades mais fracas.
Imperialismo
Podemos elencar quatro justificativas ideológicas para o Imperialismo:
a) Filantropia: dominação para levar a civilização e eliminar
os costumes bárbaros
b) Pragmático-utilitarista: dominação traria benefícios para a
metrópole e para as populações sujeitas; necessidade de abertura de mercados e
de conquista de fontes de matérias-primas;
“Assisti ontem a uma reunião de desempregados em Londres, e,
depois de ter ouvido os discursos virulentos, que não eram nem mais nem menos
do que um grito pedindo pão, voltei para casa, mais do que nunca convencido da
importância do imperialismo [...] o que me preocupa, acima de tudo, é a solução
do problema social. Quero dizer com isto que, se desejam salvar os 40 milhões
de habitantes do Reino Unido de uma criminosa guerra civil, os responsáveis
pela política colonial devem abrir novos territórios ao excedente da população
e criar novos mercados para os produtos das minas e das fábricas. Sempre disse
que o Império Britânico era uma questão de pão com manteiga. Se queremos evitar
a guerra civil temos de ser imperialistas”. (Cecil Rhodes)
O fardo do homem branco
O poema “O fardo do Homem Branco” (The white man’s burden), do poeta britânico Rudyard Kipling, de 1899, é considerado um símbolo do imperialismo europeu do final do século XIX e mostra a visão que se tinha sobre o papel dos europeus e sobre os povos africanos. Leia alguns trechos do poema:
Tomai o fardo do Homem Branco
Envia teus melhores filhos
Vão, condenem teus filhos ao exílio
Para atender as necessidades de seus cativos;
Para servir, com pesados chicotes
O povo agitador e selvagem
Seus novos-cativos, povos agressivos,
Metade demônio, metade criança.
Tomai o fardo do Homem Branco
As guerras selvagens pela paz –
Encha a boca dos famintos,
E proclama o fim das doenças
E quando seu objetivo estiver próximo
(O fim que todos procuram)
Olha a indolência e loucura pagã
Destruindo todas suas esperanças [...]
Imperialismo
A resistência ao invasor europeu se deu de duas formas:
Sei que os brancos querem me matar para tomar o meu país, e,
ainda assim, você insiste em que eles me ajudarão a organizá-lo. Por mim, acho
que meu país está muito bem como está. Não preciso deles. Sei o que falta e o
que desejo: tenho meus próprios mercadores; considere-se feliz por não mandar
cortar-lhe a cabeça. Parta agora mesmo e, principalmente, não volte nunca mais.
Declaração de Wogobo, o Moro Naba (rei dos Mossi) ao capitão Destenave, em 1895
Tal como em tempos anteriores, os soberanos puseram exércitos em campo para combater os invasores, que por acaso eram europeus e manter a paz por meios diplomáticos e comerciais. A isto chamou-se “resistência primária”. Foi bastante corrente em todas as regiões do continente ameaçado. A resistência primária era uma reação direta, face a face com os invasores.
“Os inimigos vêm agora se apoderar de nosso país e mudar nossa religião [...] Nossos inimigos começaram a avançar abrindo caminho na terra como toupeiras. Com a ajuda de Deus, não lhes entregarei meu país [...] Hoje, que os fortes me emprestem sua força e os fracos me ajudem com suas orações”
Menelik da Etiópia, ordem de mobilização contra a campanha dos italianos contra seu país em 1895.
Depois, podemos elencar formas de resistência secundária. Em
alguns Estados, houve movimentos de preservação das tradições e de restauração
do passado, como foram os casos da Etiópia e dos maji maji, no Quênia.
“Estou vendo como os brancos penetram cada vez mais na África; em todas as partes do meu país as companhias estão em ação (...) É preciso que meu país também adote estas reformas, e estou plenamente disposto a propiciá-las (...) Também gostaria de ver boas estradas e boas ferrovias (...). Mas meus antepassados eram makombe e makombe quero continuar a ser”
Outra forma de resistência secundária foi que, alguns dos
soberanos, percebendo a força dos europeus, decidem que, para resistir, era
necessário adotar muito do que o invasor trazia. Podemos qualifica-los como
movimentos de tendência ocidentalizante.
Imperialismo
Colônia propriamente dita – Nas colônias propriamente ditas,
que também se podem classificar de colônias de administração direta, a
soberania da Metrópole encontra-se estabelecida dum modo direto e sem
restrições algumas. Estas colônias foram, em regra, anexadas por meio de conquistas
e fez-se nelas um estabelecimento completo de administração, com todas as
consequências de direito e de fato da soberania do país ocupante. Nestas
colônias, as autoridades locais são privadas de todas as suas atribuições.
[...]
Protetorados – até os tempos modernos, o protetorado era uma
combinação política em que um Estado fraco se colocava sob a defesa de um
Estado mais poderoso, dando-lhe em compensação certas vantagens, contudo, sem
se privar do seu governo. [...] Tem, porém, elementos constitutivos essenciais.
Esses elementos são os seguintes:
a) Continuação do funcionamento das autoridades indígenas [locais]
e conservação das instituições e dos costumes locais.
b) O Estado protetor fica encarregado das relações
internacionais referentes ao Estado protegido.
c) Existência de um residente político representante do Estado
protetor, junto ao Estado protegido;
d) O Estado protetor defende e garante o Estado protegido
relativamente às nações estrangeiras.
MELLO, Martinho Nobre de. Administração Colonial. Lisboa:
Tipografia Universal, 1917, p.34-38.
Imperialismo
Retirado de: https://cienciahoje.org.br/artigo/conferencia-de-berlim-e-o-mito-da-partilha-da-africa/
Acesso em 16-07-2024.