17.7.24

Imperialismo

A resistência ao invasor europeu se deu de duas formas:

 

Sei que os brancos querem me matar para tomar o meu país, e, ainda assim, você insiste em que eles me ajudarão a organizá-lo. Por mim, acho que meu país está muito bem como está. Não preciso deles. Sei o que falta e o que desejo: tenho meus próprios mercadores; considere-se feliz por não mandar cortar-lhe a cabeça. Parta agora mesmo e, principalmente, não volte nunca mais.

Declaração de Wogobo, o Moro Naba (rei dos Mossi) ao capitão Destenave, em 1895


Tal como em tempos anteriores, os soberanos puseram exércitos em campo para combater os invasores, que por acaso eram europeus e manter a paz por meios diplomáticos e comerciais. A isto chamou-se “resistência primária”. Foi bastante corrente em todas as regiões do continente ameaçado. A resistência primária era uma reação direta, face a face com os invasores.


Os inimigos vêm agora se apoderar de nosso país e mudar nossa religião [...] Nossos inimigos começaram a avançar abrindo caminho na terra como toupeiras. Com a ajuda de Deus, não lhes entregarei meu país [...] Hoje, que os fortes me emprestem sua força e os fracos me ajudem com suas orações

Menelik da Etiópia, ordem de mobilização contra a campanha dos italianos contra seu país em 1895.

 

Depois, podemos elencar formas de resistência secundária. Em alguns Estados, houve movimentos de preservação das tradições e de restauração do passado, como foram os casos da Etiópia e dos maji maji, no Quênia.

 

“Estou vendo como os brancos penetram cada vez mais na África; em todas as partes do meu país as companhias estão em ação (...) É preciso que meu país também adote estas reformas, e estou plenamente disposto a propiciá-las (...) Também gostaria de ver boas estradas e boas ferrovias (...). Mas meus antepassados eram makombe e makombe quero continuar a ser”

Makombe Hanga, chefe dos Barué (Moçambique central), em 1895.


Outra forma de resistência secundária foi que, alguns dos soberanos, percebendo a força dos europeus, decidem que, para resistir, era necessário adotar muito do que o invasor trazia. Podemos qualifica-los como movimentos de tendência ocidentalizante.

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