O colonialismo exigia o máximo de coerção, tanto para recrutar a mão de obra local como para mantê-la nos locais de produção. Nos primeiros tempos da conquista europeia, por vezes o próprio capital privado encarregou-se da coerção e de fazer reinar a ordem, por meio das companhias coloniais dotadas de privilégios, cartas e concessões.
A obrigatoriedade do imposto per capita, a ser pago em dinheiro, fazia os africanos terem que, ou buscar trabalho remunerado, ou produzir culturas destinadas ao comércio. O não pagamento dos impostos trazia como punição a prestação de serviços públicos de forma forçada. Os salários eram mantidos em um nível extremamente baixo. Em geral, eram trabalhados por empreitadas ou por períodos sazonais. Em alguns lugares, a ausência de moedas fez com que esse imposto fosse pago em trabalho, nas minas, nas florestas e nas ferrovias.
A ação combinada de capital europeu e mão de obra africana trabalhando sob coação produziu consideráveis excedentes de produtos para o consumo europeu. Gêneros agrícolas e minerais foram exportados e os lucros enviados para a Europa.
A mão de obra era arranjada a expensas das economias aldeãs ou locais, outrora autônomas. Assim, desorganizou-se a economia agrícola tradicional, impondo um ritmo muito mais acelerado de trabalho, causando escassez de alimentos, fome e mortes. O caso mais assustador foi o do Congo Belga, atual República Democrática do Congo. Calcula-se uma população em 1885 de 25 milhões de habitantes. Em 1925, essa população era de 10 milhões.
Texto baseado no capítulo de: RODNEY, Walter. A economia colonial. In: UNESCO. História Geral da África. V. 7. São Paulo: Ática, 1991. (coordenador do volume: Albert Adu Boahen)
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