18.11.19

Exercícios sobre mineração

1. Observe o gráfico abaixo e responda:

Fonte: PINTO, Virgílio Noya. In: BETHELL, Leslie (org.). História da América Latina: América Latina Colonial. São Paulo; Brasília: Edusp; Fundação Alexandre de Gusmão, 2004, v.2.

a) Qual capitania brasileira produziu maior quantidade de ouro no século XVIII?
b) Qual foi o ano de pico da exploração aurífera? Quantas toneladas de ouro foram extraídas?
c) Em que ano a capitania de Goiás extraiu cerca de 6 toneladas de ouro?
d) Qual foi o ano em que o Mato Grosso teve a maior produção?


2. Leia na tabela a seguir o preço de alguns produtos e serviços na região das minas no século XVIII. 


a) Entre os itens da lista, qual era o mais valioso?
b) Quanto um pedreiro da administração pública ganhava por dia? Era comum um pedreiro ter escravos? Por quê?
c) Por que o valor pago a um capitão do mato por um negro escravizado apreendido era alto?
d) Por que a mula era mais cara que o cavalo?
e) Considerando que era proibido haver indústrias no Brasil, justifique porque uma saia de veludo tinha o mesmo preço que uma mula.

17.11.19

Vila Rica (Ouro Preto) - Parte 2



Igreja de São Francisco de Assis 

É um dos monumentos mais significativos da arte colonial, uma das mais conhecidas igrejas brasileiras daquele período e uma das mais celebradas criações do mestre Aleijadinho. Teve sua construção iniciada em 1766, com destaque para o seu interior, com o forro totalmente decorado com imagens do Mestre Ataíde, em especial a pintura de Nossa Senhora. Em sua frente, há uma praça, a serve como espaço para uma importante feira desde o século XVIII. 



Praça Tiradentes 

Ponto central de Vila Rica. Localiza-se em frente à Casa da Câmara e Cadeia Pública, atualmente o Museu da Inconfidência Mineira, e em frente ao Palácio dos Governadores, atualmente a Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto. Na praça foi exposta a cabeça de Tiradentes, após seu esquartejamento no Rio de Janeiro, em 1792.

Vila Rica (Ouro Preto) - Parte 1


Casa dos Contos 

A Casa dos Contos, um dos mais prestigiados monumentos do barroco mineiro, foi construída entre 1782 e 1784, serviu inicialmente como residência a João Rodrigues de Macedo, proprietário da casa, e Casa dos Contratos, do arrematante dos dízimos. Serviu como esconderijo para os membros da Inconfidência Mineira. Durante a repressão à Inconfidência Mineira, a casa serviu para acomodar as tropas do vice-rei, e de prisão para os inconfidentes com elevados títulos sociais. 




Igreja Nossa Senhora do Rosário 

É um raro exemplar de construção religiosa. Teve sua construção iniciada em 1762, pela Irmandade do Rosário dos Homens Pretos, sendo construída por escravos. Há poucos registros sobre sua construção, mas sabe-se que por volta de 1784 já estava em funcionamento, embora inconclusa. Tem fachada e exterior em curva, no que se iguala somente a uma igreja em Minas Gerais. No seu interior, há destaque para santos negros, como São Benedito.

São João Del Rei - Parte 2


Rua Torta 

Próxima ao Largo do Rosário, encontra-se a Rua de Santo António, mais conhecida como a Rua das Casas Tortas (antigo caminho dos bandeirantes). A rua abriga casas centenárias de arquitetura colonial, leva até a Igreja do Rosário e passa pela Capela de Santo Antônio. O cenário rende belas fotos! 



Igreja de Nossa Senhora das Mercês 

A igreja substitui a primitiva capela erguida antes de 1751 em devoção a Nossa Senhora das Mercês. Reformada em 1853, a atual fachada surpreende. Tem uma característica única: apenas uma torre, à direita do edifício. Fica em um dos pontos mais altos da cidade, ao final de uma escadaria.

São João del Rei - Parte 1


Igreja de São Francisco de Assis 

A igreja, começada em 1774, é um dos principais marcos da arte colonial brasileira, tornando-se famosa pela beleza de sua arquitetura, pela riqueza de sua talha e pela participação nas obras do mestre Aleijadinho, a quem é atribuído inclusive o projeto. O interior é rico em detalhes barrocos e rococós, como o lustre de cristais no altar-mor e as colunas curvilíneas que adornam os oratórios e púlpitos laterais. No cemitério, ao fundo, fica o túmulo do ex-presidente Tancredo Neves. Tem uma linda esplanada na frente. 


Ponte da Cadeia 

Construção de 1798. Diz a história que a ordem para a construção da ponte da Cadeia foi dada depois que a ponte de madeira existente no mesmo local ruiu, quando por ela passava uma pequena procissão. Em estilo romano, foi construída com pedras rejuntadas com óleo de baleia e inicialmente era chamada de ponte nova ou de ponte que vai para a Intendência do ouro. Era o local onde se pesava e se "quintava" o ouro.

São José del Rei (Tiradentes) - Parte 2


Museu Casa Toledo 

Considerado uma das maiores preciosidades arquitetônicas e bens culturais de Tiradentes, o solar onde vivia Padre Toledo — um dos importantes nomes para a Inconfidência Mineira — hoje funciona como museu. A casa, de andar térreo e padrão colonial, reserva detalhes como os forros pintados, decoração rara na época. O luxo da casa se compara às habitações de nobres em Portugal, sendo hoje aberta à visitação de turistas que se encantam pela riqueza e preservação dos detalhes. O Museu Casa Padre Toledo pretende apresentar ao público a magnífica construção do solar, com salas onde é possível até mesmo observar as pinturas no forro por meio de espelhos dispostos no cômodo. 


Igreja de Nossa Senhora do Rosário 

Considerada uma das igrejas mais antigas de Tiradentes, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos data do início do século XVIII e tem história um pouco diferente das demais. Assim como as outras, a igreja teria sido construída pelos negros escravos de Tiradentes, porém essa seria a igreja construída por eles e para eles. Segundo as tradições locais, o pouco ouro que compõe o interior da igreja teria sido roubado dos senhores dos escravos. A área externa da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos é extremamente agradável e repleta de árvores.

São José Del Rei (Tiradentes) - Parte 1


Igreja de Santo Antônio 

A Igreja Matriz de Santo Antônio, considerada uma das obras-primas do barroco mineiro, impõe-se à paisagem de Tiradentes e pode ser apreciada de diversos pontos da cidade. Ela compõe belos quadros com a Serra de São José, ipês amarelos e casarões coloniais. Maior símbolo entre as igrejas de Tiradentes, a Matriz de Santo Antônio é a única igreja da cidade que tem obras de Aleijadinho. Seu interior é rico em detalhes em ouro, grandes lustres e belas pinturas. É uma das igrejas mais ricas e impressionantes de Minas Gerais. 


Cadeia pública 

A história do edifício, que data da primeira metade do século XVIII, é curiosa. Funcionava no local a antiga cadeia pública, construída de maneira rara para época, por ser separada da Câmara de vereadores, que eram sempre juntas. Ao entrar no edifício, é possível ver as grades originais nas janelas e também o calabouço, onde eram mantidos os prisioneiros. Hoje funciona no local o museu de Sant´Anna.

Pitangui - Parte 2



Capela do Senhor Bom Jesus 

A Capela do Senhor Bom Jesus é uma das mais antigas capelas da cidade, tendo sido inaugurada por bandeirantes de Taubaté (SP) em 1º de março de 1748. O nome “Senhor Bom Jesus” é em consequência do acampamento de tropeiros no Largo, que deixaram a imagem em suas redondezas, que depois seria conduzida para a capela. O carpinteiro, José Gonçalves Ferreira, a ergueu por 70 oitavas de ouro. 



Casa de Joaquina do Pompeu 

Dona Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco Souto Mayor de Oliveira Campos, (1752- 1824), foi uma fazendeira e senhora de escravos. Assim como Dona Beja e Chica da Silva, Joaquina tornou-se uma personalidade da cultura popular, pois fatos reais de sua vida misturam-se a lendas, recriando uma imagem controversa. Mas sem dúvidas ela foi uma das mulheres mais influentes do século XVIII e XIX. Ficou conhecida por alguns como Joaquina do Pompéu, Soberana do Oeste Mineiro, Baronesa do gado, Sinhá Braba, Grande Dama do Sertão, "Heroína Mineira da Independência do Brasil" dentre outros títulos, conhecidos pela cultura oral.

Pitangui - Parte 1


Casarão de Maria Tangará 

O casarão de três pavimentos foi construído no princípio do século XIX. É considerado um dos mais belos e imponentes casarões colonial de Pitangui. A moradora ilustre do casarão foi Maria Tangará, uma das mulheres mais poderosas de Minas, que viveu grande parte de sua vida nesse maravilhoso sobrado, que, segundo alguns, é assombrado, devido a crueldades praticadas pela matriarca mineira. Inácio Joaquim da Cunha, marido de Tangará, o construiu, com o sonho de servir de sede para o Paço Governamental da Província de Minas. Foi sede da Intendência das Minas. 



Capela de Nossa Senhora da Penha 

Situada à Praça dos Bandeirantes, é um templo edificado por bandeirantes Paulistas, na margem do morro do Batatal, no ano de 1709, sob a direção do Capitão José Campos Bicudo, sogro do Velho da Taipa, Capitão Antônio Rodrigues Velho. A Capela apresenta o estilo arquitetônico barroco romano. Símbolo da ocupação da região no início do século XVIII, seu altar, sacrário e presbitério merecem destaque por sua beleza e simplicidade.

Congonhas - Parte 2


Igreja de Nossa Senhora do Rosário 

Foi a primeira construção da cidade, antes mesmo que os primeiros mineradores se fixassem na região. Erguida pelos escravos ainda no final do século XVII, em 1697, possui arquitetura simples e se destaca pelo sino colocado na praça em frente à igreja, não em torres como na grande maioria das igrejas e capelas mineiras. 



Santuário do Bom Jesus de Matosinhos 

O português Feliciano Mendes trabalhou muitos anos como minerador. Um dia, caiu gravemente doente. Prometeu que em caso de se curar trabalharia por Bom Jesus de Matosinhos. Em 1757, finca uma cruz no ponto mais alto de Congonhas e dá início à construção da igreja, que provavelmente foi desenhada por ele próprio, pois ele era pedreiro em Portugal e conhecia o santuário existente em Braga. Feliciano morreu em 1765, sem ver sua obra concluída. A partir desse momento, destaca-se o trabalho de Aleijadinho, em especial com as esculturas de pedra sabão dos 12 profetas e as 66 imagens da Paixão de Cristo, colocados no caminho de entrada do santuário. Atualmente, é patrimônio cultural da humanidade e o maior exemplo do barroco no Brasil.

Congonhas - Parte 1


Rua Bom Jesus 

Último remanescente do casario colonial de Congonhas, transporta o turista para o século XVIII. Subindo a ladeira, pelo seu calçamento de pedras roladas e pé de moleque, é possível ver a Igreja de São José e a Casa dos Conselhos, chegando ao final ao Santuário de Bom Jesus dos Matosinhos. 





Igreja de Nossa Senhora da Conceição 

Trata-se de uma construção do século XVIII, assinalada não só pelo suporte arquitetônico, como também pelo seu interior. De acordo com a documentação existente, a conclusão das obras ocorreu de forma precipitada em 1735, por tratar-se de construção feita à revelia da Coroa Portuguesa. Conta a tradição, que seus alicerces teriam sido feitos quase que num só dia, burlando as ordens do Governador da Província. A igreja apresenta fachada plana, em estilo jesuítico, com portada em pedra-sabão esculpida com volutas e querubins e cartela barroca representando a Arca de Noé.

Mariana - Parte 2


Igreja São Pedro dos Clérigos 

Exuberante pela sua localização, nela o visitante pode desfrutar de uma bela vista da cidade, localizando-se no ponto mais alto da urbe, após uma grande ladeira. A construção é de 1752, mas a obra encontra-se inacabada. O altar-mor, talhado em cedro, e do teto do presbitério, provam que o templo seria majestoso se estivesse concluído. A torre da esquerda é original e de pedra e a da direita de tijolos, pois já caiu duas vezes. O telhado lembra um casco de tartaruga, enquanto o fundo um navio. 



Rua Direita 

Segunda rua mais antiga da cidade e caracterizada pelas suas importantes construções coloniais. O conjunto arquitetônico desta rua é um dos mais bem preservados da cidade. Encontra-se nela a Casa do Barão de Pontal, ex-governador de Minas, a Casa Setecentista, em estilo colonial, construída no final do século XVIII e XIX, que é atualmente a sede do IPHAN na cidade.

Mariana - Parte 1



Praça da Sé 

Em 1747 a área fronteiriça à Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição transformou-se em Largo da Matriz, a partir do traçado urbano projetado por José Fernandes Alpoim, nele se instalando outros símbolos do poder colonial, como o chafariz e o pelourinho. O Largo passou por várias transformações, chegando a abrigar um cemitério, logo transferido para o adro da Capela São Gonçalo. Tem hoje a denominação oficial de Praça Cláudio Manoel da Costa em homenagem ao poeta e inconfidente marianense. 




Igreja São Francisco de Assis 

Sua construção teve início em 1763, com projeto arquitetônico, risco da portada e elementos ornamentais como púlpitos, retábulo-mor, lavabo e teto da capela-mor da lavra de Antônio Francisco Lisboa, o Aleihadinho, e pinturas de Manuel da Costa Ataíde. À época que a igreja foi construída, Mariana vivia o ápice da sua história, por isso a magnitude da construção em diversos sentidos (tamanho, detalhamento, peças de ouro). Está localizado na Praça Minas Gerais, junto à Igreja de Nossa Senhora do Carmo. A semelhança entre as duas levam a dizer que são igrejas gêmeas. Na mesma praça localiza-se o pelourinho, o mais antigo das Minas Gerais.

Vila do Príncipe (Serro) - Parte 2


Igreja do Bom Jesus de Matosinhos 

Apesar da data de 1797 no medalhão da pintura do forro, já em 1785 há alusões à Igreja do Matosinhos do Serro. É um dos mais belos templos da cidade, com fachada simples em chalé, óculo envidraçado no frontispício e quatro sacadas de balaústre de madeira. Nesta igreja funcionou a antiga Irmandade das Mercês e São Benedito. Localizada na praça Cristiano Ottoni, foi tombada pelo IPHAN em 14 de janeiro de 1944. É nela que se celebra anualmente a Festa do Divino, manifestação religiosa tradicional da cidade. 




Igreja de Nossa Senhora da Conceição 

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição é a principal igreja da cidade do Serro, em Minas Gerais. É a igreja matriz da paróquia homônima, criada em 1713. A primeira matriz da cidade era uma simples capela de palha, dedicada a Santo Antônio. Há notícias de uma segunda, entre os anos de 1725 e 1737, precedida de adro e no mesmo local da atual. A construção hoje existente, templo da arte e da fé, é fruto da evolução deste segundo edifício. Tombada pelo IPHAN, é uma das maiores igrejas barrocas do estado, possuindo as torres em madeira mais altas entre as igrejas coloniais mineiras.

Vila do Príncipe (Serro) - Parte 1


Igreja de Santa Rita 

Sua edificação remonta ao século XVIII, sem data precisa, passando no século XIX por sucessivas reformas que caracterizaram sua atual fachada chanfrada. A igreja se localiza no alto de uma longa escadaria de 57 degraus, que são recompensados com uma grande vista do Pico do Itambé, com seus 2044 metros de altitude, e uma vista panorâmica do centro histórico do Serro. O arquiteto Silvio de Vasconcelos esteve neste adro e, em meio a uma revoada de andorinhas, registrou sua célebre frase: "Serro cidade encantada que parou no tempo". 



Museu Regional 

Segundo memorialistas locais, a história do prédio em que o Museu Regional se localiza remonta a fins do século XVIII, quando foi construído para servir de residência ao procurador do Senado da Câmara e sua esposa. A transferência da casa para a família Ottoni, embora não seja documentada, deve ter ocorrido, provavelmente, ainda no século XVIII ou no início do XIX. Essa não foi a primeira casa da família na Vila do Príncipe. Há ainda uma residência, conhecida como “casa de José Eloy Ottoni”, que pode ter sido o lar dos Ottoni quando da sua chegada à vila. Atualmente é o Museu Regional de Serro.

Vila Nova da Rainha (Caeté) - Parte 2


Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso 

Um dos belos exemplares do barroco, Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso foi a primeira igreja em alvenaria no Brasil. Construída em 1757 pelo Frei Henrique Pereira. Tem planta de autoria de Manoel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho. Aleijadinho participou da construção e decoração como aprendiz, sendo que alguns anjos da decoração são atribuídos a ele, e se considera que o estilo da igreja influenciou sua produção arquitetural própria em anos posteriores. 


Museu Regional 

O prédio foi construído em fins do século XVIII para servir de residência. Teve como um dos seus primeiros moradores um militar, o Capitão Eugênio Lopes Varela, e seu mais famoso morador foi João Batista Ferreira Coutinho, o Barão de Catas Altas, o homem mais rico do Brasil no Primeiro Reinado, pois era proprietário de várias minas de ouro. Posteriormente, o imóvel foi ocupado pelas famílias Rosa e Varela da Fonseca (tradicionais famílias da região). 

Vila Nova da Rainha (Caeté) - Parte 1

Pelourinho 

É datado de 1722 e simboliza o poder Real da Vila. Construído em blocos de pedra, era usado para expor os escravos e criminosos à vergonha, quando apanhavam em público. 


Igreja de Nossa Senhora da Piedade 

Composto pela Ermida de Nossa Senhora da Piedade, Igreja abrigo, restaurante panorâmico, cruzeiro e casa de Romeiros. Na subida até o cume estão localizados 15 painéis de azulejos com cenas da via sacra. Está inserido na Serra da Piedade, um dos picos mais elevados da cordilheira do Espinhaço, com altitude de 1.783 metros, localiza-se no município de Caeté, divisa com Sabará.

Sabará - Parte 2


Igreja de Nossa Senhora do Rosário 

Construção iniciada em 1768 pela Irmandade dos Homens Pretos da Barra do Sabará, revela a fé e força do negro africano. Os escravos decidiram construir sua própria igreja, mas a decadência das minas de ouro não permitiu que fosse concluída. A obra, iniciada em 1768, foi abandonada com a abolição da escravatura, em 1888. Quem vê as ruínas da igreja não imagina o que há escondido por trás das grandes paredes de pedra sem reboco, a céu aberto. A muralha, porém, protege uma antiga capela de taipa, de 1713. 


Solar do Padre Correia 

Construção imponente de 1773, do rico e influente Padre José Correia da Silva, possui sala-capela interna com talha da terceira fase do barroco mineiros, escadaria trabalhada em jacarandá, painéis decorativos nos salões do piso inferior e pátio interno em estilo de fazenda. Atualmente funciona como as instalações da Prefeitura Municipal de Sabará.

Sabará - Parte 1


Intendência do Ouro 

O prédio é um autêntico exemplar da rude arquitetura colonial brasileira do século XVIII (1713). Foi a Antiga Casa de Intendência e Fundição (única construção com estas características ainda de pé no Brasil). O Intendente era um funcionário a serviço do rei, com a difícil função de combater o contrabando e recolher os pesados impostos. Todo o processo desenvolvido na Casa de Fundição dá uma dimensão do que foi o Ciclo do Ouro em Minas. Transformado em museu, atualmente é administrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e possui arquivo histórico instalado no sobrado denominado Casa Borba Gato. 


Igreja Nossa Senhora da Conceição 

Inaugurada em 1710, possui uma das mais exuberantes talhas da arte barroca mineira, sendo considerada uma das mais ricas matrizes do século XVIII. A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Sabará é uma das mais antigas igrejas do estado de Minas Gerais, rivalizando em antiguidade com a matriz de Raposos e a Sé de Mariana. É popularmente chamada de igreja nova ou grande, tradição que vem desde a época da sua construção em substituição a capela primitiva existente no mesmo local.

Diamantina - Parte 2



Casa de Juscelino Kubitschek
Construída em pau a pique e com traços típicos do estilo colonial do século XVIII, a casa onde o ex-presidente do Brasil Juscelino Kubitschek viveu durante a infância e adolescência em Diamantina hoje abriga um pequeno museu. Os cômodos da casa apresentam fotos, recortes de jornal e objetos de Juscelino, além de também reproduzirem alguns dos ambientes que fizeram parte da vida do ex-presidente, como o quarto onde dormia na adolescência e a réplica do último consultório onde ele atendeu como médico.





Casa da Glória

Ícone da arquitetura colonial de Diamantina e um dos maiores símbolos da cidade, a Casa da Glória está entre as melhores atrações locais. A construção colonial é composta por dois casarões interligados por um belo passadiço de madeira. A obra é uma viagem no tempo. O primeiro prédio foi construído no século XVIII e era de propriedade de Josefa Maria da Glória, quem deu nome à edificação. Mais tarde, a casa passou às mãos das Irmãs de São Vicente de Paulo e começou a funcionar como educandário. O edifício vizinho, construído no século XIX e onde funcionava uma casa de jogos, também foi adquirido pela irmandade para se tornar um orfanato. De posse dos dois prédios, as religiosas mandaram construir a bela passagem que interliga os dois. Hoje, os dois prédios, restaurados e abertos à visitação, abrigam o Instituto de Geociências da UFMG.

Diamantina - Parte 1




Casa de Chica da Silva

Andar pelo interior da residência dá a dimensão de como era a vida dos abastados moradores de Diamantina, realidade também vivida por Chica da Silva, mulher negra e escrava alforriada casada com o contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira. No grande casarão, hoje uma referência histórica para as questões de poder e conflito pelos diamantes, o casal viveu entre 1755 e 1770. A casa, que hoje funciona como sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Dentro do casarão é possível apreciar a coleção de quadros que a retratam. 





Igreja de Nossa Senhora do Carmo

A construção da igreja data da segunda metade do século XVIII e foi financiada pelo contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, amante de Chica da Silva; a igreja foi construída de frente para a sua casa. O interior é marcado por belas pinturas no forro, com obras de José Soares de Araújo, Manoel Pinto e Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho). A torre, construída nos fundos da igreja, é um detalhe raro. Tem um órgão gigantesco, de mais de 500 tubos, com apresentações frequentes na atualidade.

11.11.19

Resistência escrava no Brasil


Tratado proposto a Manuel da Silva Ferreira pelos seus escravos durante o tempo em que se conservaram levantados, no engenho Santana, Bahia, 1789.

Meu senhor, nós queremos paz e não queremos guerra; se meu senhor também quiser nossa paz há de ser nessa conformidade, se quiser estar pelo que nós quisermos a saber.
Em cada semana nos há de dar os dias de sexta-feira e de sábado para trabalharmos para nós, não tirando um destes dias por causa de dia santo.
Para podermos viver nos há de dar rede, tarrafa e canoas.
Não nos há de obrigar a fazer camboas, nem a mariscar, e quando quiser fazer camboas e mariscar mandes os seus pretos Minas.
Para o seu sustento tenha lancha de pescaria ou canoas do alto, e quando quiser comer mariscos mande os seus pretos Minas.
Faça uma barca grande para quando for à Bahia [Salvador] nós mesmos termos as nossas cargas para não pagarmos fretes.
Na planta de mandioca, os homens queremos que só tenham tarefa de duas mãos e meia e as mulheres de duas mãos.
A tarefa de farinha há de ser de cinco alqueires rasos, pondo arrancadores bastantes para estes servirem de pendurarem os tapetes.
A tarefa de cana há de ser de cinco mãos, e não de seis, e a dez canas cada freixe. [...]
Os atuais feitores não os queremos, faça eleição de outros com nossa aprovação. [...]
Podemos plantar nosso arroz onde quisermos, e em qualquer brejo, sem que para isso peçamos licença, e poderemos cada um tirar jacarandás ou qualquer pau sem darmos parte para isso.
A estar por todos os artigos acima, e conceder-nos estar sempre de posse da ferramenta, estamos prontos para o servirmos como dantes, porque não queremos seguir os costumes dos mais engenhos.
Poderemos brincar, folgar, e cantar em todos os tempos que quisermos sem que nos impeça e nem seja preciso licença.

Questões
1. Quais são as exigências dos escravizados rebelados?
2. Por que os escravizados pediram dias de folga?
3. Por quê será que pediram instrumentos de pesca?
4. Podemos dizer que os escravizados buscavam acabar com a escravidão?

21.10.19

A mineração na América Espanhola

Observe o gráfico a seguir e responda:


Questões

1. A partir de qual década houve um aumento significativo e regular na entrada de ouro e prata na Espanha?
2. Como você explica o crescimento da entrada de ouro e prata em território a partir desta década?
3. Qual papel os indígenas tiveram nesse fato?
4. Quando começou a declinar a entrada de ouro e prata na Espanha? Como você explica esse fato?



Os indígenas e a fé católica

Os textos a seguir contêm as opiniões de dois membros da Igreja Católica, um teólogo e um frade, sobre a escravização dos indígenas por meio da "guerra justa".

Texto A
"É justo e útil que [os indígenas] sejam servos, e vemos que isto é sancionado pela própria lei divina. Pois está escrito no Livro dos Provérbios: 'o tolo servirá ao sábio'. Assim, as nações bárbaras e desumanas, estranhas à vida civil e aos costumes pacíficos. E sempre será justo e de acordo com o direito natural que essas pessoas sejam submetidas ao império dos príncipes e de nações mais cultivadas e humanas, de modo que, graças a virtude dos últimos e à prudência de suas leis, eles abandonam a barbárie e se adaptam ao culto da virtude. E se recusam esse Império, é permissivo impô-lo por meio das armas e tal guerra será justa, assim como declara o direito natural".
(SEPÚLVEDA, J.G. Dialogum de justus belli causis. In: ROMANO, Ruggiero. Os mecanismos da conquista: os conquistadores. São Paulo: Perspectiva, 1989)

Texto B
"É temerária, injusta e cruel a guerra que aos infiéis, ou seja, àqueles que nunca souberam nada acerca da fé ou da Igreja, mas de nenhum modo ofenderam esta mesma Igreja, lhes é declarada, com o único objetivo de que submetidos ao império dos cristãos se preparem para receber a fé ou a religião cristã, ou também para retirar os impedimentos para a catequese.
[...] É contra o direito natural esta guerra que lhes causa inúmeros e irreparáveis danos, como mortes, selvagerias, estragos, roubos, servidão e outras calamidades semelhantes, a pessoas que vivem em suas terras e reinos, separadas do império dos cristãos e sem ter, de sua parte, nenhuma culpa.
[...] É também contrária ao direito divino, que proíbe matar nossos semelhantes, principalmente os inocentes; despojá-los de seus bens, tais como seus servos e servas, bois, burros ou qualquer outra coisa que lhes pertença; caluniá-los, oprimi-los, dar falso testemunho contra a sua vida, tomar o que lhes pertence com violência, e outras proibições semelhantes, inclusive os entristecer".
(LAS CASAS, Bartolomé de. Del unico modo de atraer a todos los pueblos a la verdadera religión [1561]. In: Coletânea de documentos de História da América para o segundo grau. São Paulo: Cenp, 983, p.35-36)

Questões
1. Quais são os argumentos religiosos apresentados por Sepúlveda para justificar a submissão dos indígenas?
2. Quais são os argumentos religiosos apresentados por Las Casas para defender os indígenas?
3. Qual é a posição de Las Casas com relação à conversão dos indígenas à fé católica?
4. Quais as semelhanças nos argumentos empregados pelos autores?

14.10.19

A Inquisição no Brasil


Apóstata que não conseguiu se livrar da condenação máxima imposta pela Inquisição - A fogueira  

[...]​ Ana Rodrigues, e algumas de suas filhas, acusadas de praticar ritos judaicos no engenho da família, em Matoim, recôncavo baiano. Cristã nova portuguesa, Ana Rodrigues chegou à Bahia em 1557, com o marido, Heitor Antunes, vários filhos e alguns parentes, na mesma nau que trouxe Mem de Sá para assumir o Governo Geral do Brasil.[...]. A família Antunes foi uma dentre os grupos de cristãos novos que vieram tentar a vida no Brasil nos primeiros tempos da colonização. Heitor Antunes já era morto na época da visitação do Santo Ofício, o que não impediu que várias pessoas o acusassem de ser verdadeiro rabino e de ser o engenho de Matoim uma espécie de sinagoga clandestina, ou “esnoga”, como se dizia à época. Embora praticamente toda a extensa família Antunes tenha sido denunciada e prestado depoimento ao visitador, a mais acusada foi a matriarca Ana Rodrigues. Octogenária em 1591, Ana pertencera à primeira geração de convertidos à força por D.Manuel, em 1497, e por certo aprendera desde criança os ritos judaicos que repetiria por décadas na Bahia. Acusada de participar de cerimônias judaicas, de guardar o sábado, de fazer orações judaicas, de seguir as interdições alimentares e os ritos funerários do judaísmo, Ana Rodrigues, algumas de suas filhas e sobrinhas, foram apontadas como judaizantes pelos próprios genros, netos e vizinhos. Diante do visitador, a velha Ana admitiu certos erros judaizantes, mas alegou que os cometera sem má-fé. Suspeita de ser judaizante, Ana Rodrigues foi julgada em Lisboa, para onde foi enviada em 1593. Contando com mais de 80 anos, voltou a Portugal enjaulada e não chegou a ouvir a sentença que a condenou à fogueira. Morreu no cárcere no mesmo ano de 1593 e em 1604 foi queimada em efígie, teve sua memória amaldiçoada, seus ossos desenterrados e queimados. Seu retrato atravessou o Atlântico e foi afixado na igreja de Matoim, para conservar viva a infâmia da condenação inquisitorial[...]”.​

(VAINFAS, R. A Inquisição e o cristão-novo no Brasil Colonial. In: P.R.Pereira. (Org.). BRASILIANA DA BIBLIOTECA NACIONAL: GUIA DAS FONTES SOBRE O BRASIL. 1 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002, v. 1, p. 143-160.)

Glossário:​ 


Herege: pessoa que crê ou sustenta com veemência um sentimento contra a Igreja católica.O herege é aquele que se nega a seguir alguns dos dogmas da igreja.
Apóstata: pessoa que abandona inteiramente a Fé Cristã, passa a pertencer a outra Religião.​​​​Cristão novo:​ adepto de outra religião que se converteu à religião católica.
Nau​: barco.
Sinagoga​: igreja dos judeus.
Efígie​: boneco, ​retrato, imagem, figura de um indivíduo.
Judaizante​: aquele que pratica atos de fé judaica.



Analise a fonte juntamente com a imagem e responda as propostas abaixo:
1. Ana Rodrigues era herege ou uma apóstata? Por qual motivo?
2. O que eram os erros judaizantes apontados?
3. Quais foram as condenações dela durante o seu julgamento em Lisboa?

29.9.19

O Reino do Congo

Mapa do Reino do Congo


No reino do Congo moravam povos agricultores que, quando convocados pelo mani Congo (soberano), partiam em sua defesa contra inimigos de fora ou para controlar rebeliões de aldeias que queriam se desligar do reino. Aldeias (lubatas) e cidades (banzas) pagavam tributos ao mani Congo, geralmente com o que produziam: alimentos, tecidos de ráfia vindos do nordeste, sal vindo da costa, cobre vindo do sudoeste e zimbos (pequenos búzios afunilados colhidos na região de Luanda que serviam como moeda).
Os limites do reino eram traçados pelo conjunto de aldeias que pagavam tributos ao poder central, devendo fidelidade a ele e recebendo proteção, tanto para os assuntos deste mundo como para os assuntos do além, pois o mani Congo também era responsável pelas boas relações com os espíritos e ancestrais.

SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006, p.38-39.

Vista pelos europeus, a monarquia do Congo logo pareceu fraca porque não conseguia se impor perante os poderes provinciais, considerados periféricos e dependentes. Mas o que acontecia de fato era diferente. [...] Como nos demais pequenos Estados, em outras chefaturas do Congo a sucessão ao trono não se fazia de modo hereditário, mas dependia da indicação, aprovação ou eleição pelos chefes locais de linhagem. Seria muito difícil encontrar, nessas condições, monarquias despóticas ou centralizadas, com as quais os europeus estavam acostumados. [...] A decisão final dependia de negociações entre os chefes de linhagens e clãs, ou da força militar colocada à disposição dos concorrentes, sendo frequentes as rivalidades e assassinatos nos períodos de sucessão.
Esse equilíbrio foi rompido nas primeiras décadas do século XVI, durante o governo de Dom Afonso I [Mvemba-a-Nzinga, 1509-1540]. Tratado pelos reis portugueses como irmão, esse governante africano tomou medidas que resultaram numa ampla modificação das formas de organização social do Congo ao enviar jovens para serem batizados e cristianizados em Portugal, além de solicitar a implantação do cristianismo e ao proibir o culto dos fetiches, que representavam os ancestrais divinizados.

MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013, p.85-86.

25.9.19

O Comércio Transaariano

Leiam atentamente os trechos abaixo e observem os mapas

Diversas áreas da África tinham contato com regiões de fora do continente. Os povos da Costa do Oceano Índico comercializavam com Pérsia, Índia, chegando até a China. Esse trânsito era facilitado por correntes e ventos das monções que facilitavam as navegações entre a Ásia e a África. Essa economia da África tornou-se mais substantiva com o comércio de ouro entre os reinos do Sahel e a Europa Medieval, intermediado, entre os séculos X e XV pelos árabes que cruzavam em caravanas o deserto do Saara.

A posse do dromedário alteraria completamente a vida dos berberes do deserto, permitindo que eles, de certa forma, o ocupassem. Deixava o Saara de ser uma espécie de terra de ninguém, para ver-se apossado pelas tribos nômades que conheciam seus caminhos [...] e deles cuidavam [...] O deserto tornava-se, assim, um mar interior [...] A partir de então, ligaria também o mundo mediterrâneo ao país dos negros, em vez de apenas separá-los. (​COSTA E ​SILVA, 1996, p. 249)

Talvez ainda mais remoto no tempo e mais corriqueiros fossem os trechos que se traçavam através do Sahel. Pois desde muito devia-se ir buscar o sal na região de Trarza, para dele abastecer as aldeias e cidades sudanesas.(​COSTA E ​SILVA, 1996, p. 255) 

As mercadorias mais importantes e mais antigas do comércio transaariano foram o escravo, o ouro e o sal. O ouro tão necessário à economia monetária do Norte da África, da Europa e do Oriente Próximo. O sal, indispensável às populações sudanesas e silvícolas. (​COSTA E ​SILVA, 1996, p. 255)

O desenvolvimento, no Sudão Ocidental, de numerosos reinos foi estimulado pelo comércio transaariano, que o dromedário tornou possível. Há sinais de que, a partir dos fins do século III, o ouro começou, em pequenas quantidades, a atravessar o Saara, vindo da terra dos negros. E de que seu volume já devia ter peso, no período bizantino da África do Norte, tendo em vista a importância que assumiu Cartago como centro de cunhagem de moedas de ouro. (​COSTA E ​SILVA, 1996, p. 252-253)

[...] fileiras de milhares de dromedários levavam, do Magrebe e da Líbia para o Sahel, sal, cobre, bijuteria de vidro, conchas e pedras, perfumes, coral de Ceuta, espadas, panos de algodão e outros artigos de luxo. E também Tâmaras, do oásis do deserto. E também, possivelmente, desde o início, cavalos. De torna-viagem, iriam carregados de goma, âmbar cinzento, pimenta malagueta, peles, marfim.(​COSTA E ​SILVA, 1996, p. 254) 

Figura 1. Região do Sahel

Figura 2. Rotas comerciais e produtos comercializados no Sahel.

Figura 3. Atlas Catalão, de 1375, com a figura do Imperador do Mali, Mansa Musa.
1. Pepita de ouro. 2. Coroa. 3. Cetro. 4. O trono