29.2.20

O trabalho infantil na Revolução Industrial - Evidências históricas


“Embora o trabalho infantil seja constante na história da humanidade, ganhou evidência a partir da Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX.
Segundo o historiador inglês Edward Thompson, na Inglaterra, por exemplo, houve uma intensificação drástica da exploração do trabalho de crianças entre 1780 e 1840, período em que as transformações na produção estavam em curso com a introdução do sistema de fábrica. Crianças trabalhavam nas minas de carvão e nas fábricas [...] quase todas doentias, franzinas, além de andarem descalças e malvestidas. Muitas não aparentavam ter mais de 7 anos, escreveu um médico, sobre as que trabalhavam em uma fábrica em Manchester.
As jornadas eram longas, tanto quanto as dos adultos, variando de 12 a 15 horas diárias. Os salários eram muito baixos, apenas um complemento para a pequena renda familiar, e as fábricas, sujas, escuras, mal ventiladas.
Embora o trabalho infantil não fosse novidade já nessa época, segundo Thompson, a diferença entre o que antes era realizado no âmbito familiar e no sistema fabril é que este último herdou as piores feições do sistema doméstico numa situação em que não existiam as compensações do lar, utilizando o trabalho de crianças pobres, explorando-as com brutalidade tenaz.
Os anos de 1830 a 1840 foram de intensa agitação operária pela melhoria das condições de trabalho e redução da jornada, tanto dos adultos quanto das crianças. Comitês pela redução da jornada foram criados, e o movimento de apoio às crianças operárias cresceu e ganhou adeptos em outros setores da sociedade”.

Organização Internacional do Trabalho. Combatendo o trabalho infantil: guia para educadores. Brasília: IPEC, 2001.


   Lewis Hine. Criança trabalhando em fábrica de algodão da Carolina (EUA) , 1908.     


Crianças na fábrica

Inicialmente só as crianças abandonadas em orfanatos eram entregues aos patrões para trabalharem como aprendizes nas fábricas ou nas minas. Com o tempo, crianças que tinham família seguiram o mesmo caminho.
As crianças começavam a trabalhar com 6 anos de idade. O trabalho era monótono e muito cansativo, e o salário correspondia, em média, à quinta parte do que era pago aos adultos.
O turno de trabalho normalmente se estendia das 5 horas da manhã até às 7 horas da noite, ou seja, as crianças trabalhavam 14 horas por dia. Acidentes de trabalho e doenças decorrentes das condições insalubres das fábricas ocorriam com frequência. Muitas crianças perderam dedos, mãos ou braços nas fábricas inglesas.
O longo e extenuante trabalho nas fábricas têxteis inglesas deixava as crianças muito cansadas e sonolentas. Quando diminuíam a velocidade de suas tarefas, as crianças recebiam socos e outros tipos de castigo para se manterem acordadas e produtivas. Aquelas que fugiam das fábricas eram presas e fichadas pela polícia.

Um comentário:

  1. O contraste de cores entre o amarelo do texto e a imagem de fundo prejudica um pouco a visão do leitor, acredito que só trabalhar as bordas com a imagem e utilizar o texto em tom branco e fonte um pouco mais grossa seja mais agradável. Todavia, achei o texto muito informativo e bem redigido.

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