“Embora
o trabalho infantil seja constante na história da humanidade, ganhou evidência
a partir da Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX.
Segundo
o historiador inglês Edward Thompson, na Inglaterra, por exemplo, houve uma
intensificação drástica da exploração do trabalho de crianças entre 1780 e
1840, período em que as transformações na produção estavam em curso com a
introdução do sistema de fábrica. Crianças trabalhavam nas minas de carvão e
nas fábricas [...] quase todas doentias, franzinas, além de andarem descalças e
malvestidas. Muitas não aparentavam ter mais de 7 anos, escreveu um médico,
sobre as que trabalhavam em uma fábrica em Manchester.
As
jornadas eram longas, tanto quanto as dos adultos, variando de 12 a 15 horas
diárias. Os salários eram muito baixos, apenas um complemento para a pequena
renda familiar, e as fábricas, sujas, escuras, mal ventiladas.
Embora
o trabalho infantil não fosse novidade já nessa época, segundo Thompson, a
diferença entre o que antes era realizado no âmbito familiar e no sistema
fabril é que este último herdou as piores feições do sistema doméstico numa
situação em que não existiam as compensações do lar, utilizando o trabalho de
crianças pobres,
explorando-as com brutalidade tenaz.
Os
anos de 1830 a 1840 foram de intensa agitação operária pela melhoria das
condições de trabalho e redução da jornada, tanto dos adultos quanto das
crianças. Comitês pela redução da jornada foram criados, e o movimento de apoio
às crianças operárias cresceu e ganhou adeptos em outros setores da sociedade”.
Organização
Internacional do Trabalho. Combatendo o trabalho infantil: guia para
educadores. Brasília: IPEC, 2001.
Lewis Hine. Criança trabalhando em fábrica de algodão da Carolina (EUA) , 1908.
Crianças
na fábrica
Inicialmente
só as crianças abandonadas em orfanatos eram entregues aos patrões para
trabalharem como aprendizes nas fábricas ou nas minas. Com o tempo, crianças
que tinham família seguiram o mesmo caminho.
As
crianças começavam a trabalhar com 6 anos de idade. O trabalho era monótono e
muito cansativo, e o salário correspondia, em média, à quinta parte do que era
pago aos adultos.
O
turno de trabalho normalmente se estendia das 5 horas da manhã até às 7 horas
da noite, ou seja, as crianças trabalhavam 14 horas por dia. Acidentes de
trabalho e doenças decorrentes das condições insalubres das fábricas ocorriam
com frequência. Muitas crianças perderam dedos, mãos ou braços nas fábricas
inglesas.
O
longo e extenuante trabalho nas fábricas têxteis inglesas deixava as crianças
muito cansadas e sonolentas. Quando diminuíam a velocidade de suas tarefas, as
crianças recebiam socos e outros tipos de castigo para se manterem acordadas e
produtivas. Aquelas que fugiam das fábricas eram presas e fichadas pela
polícia.
O contraste de cores entre o amarelo do texto e a imagem de fundo prejudica um pouco a visão do leitor, acredito que só trabalhar as bordas com a imagem e utilizar o texto em tom branco e fonte um pouco mais grossa seja mais agradável. Todavia, achei o texto muito informativo e bem redigido.
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