29.4.19

Os cristãos e os romanos



Os cristãos foram duramente perseguidos nos primeiros três séculos do Império Romano. O tema da obediência às autoridades sempre esteve presente nas discussões sobre o comportamento dos cristãos. São Paulo, em carta à comunidade cristã que vivia em Roma, trata dessa questão.

Responda:
1. A carta de São Paulo traz uma mensagem de confronto ao Império ou de conciliação? Justifique sua resposta com frases do texto.
2. Qual a ligação que São Paulo estabelece entre Deus e as autoridades?

“Obedeçam às autoridades, todos vocês. Pois nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus, e as que existem foram colocadas nos seus lugares por ele. Assim quem se revolta contra as autoridades está se revoltando contra o que Deus ordenou, e os que agem desse modo serão condenados. Somente os que fazem o mal devem ter medo dos governantes, e não os que fazem o bem. Se você não quiser ter medo das autoridades, então faça o que é bom, e elas o elogiarão. Porque as autoridades estão a serviço de Deus para o bem de você. Mas, se você faz o mal, então tenha medo, pois as autoridades, de fato, tem poder para castigar. Elas estão a serviço de Deus e trazem o castigo dele sobre os que fazem o mal. É por isso que você deve obedecer às autoridades: não somente por causa do castigo de Deus, mas também porque a sua consciência manda que você faça isso.
É por isso também que vocês pagam impostos. Pois, quando as autoridades cumprem os seus deveres, elas estão a serviço de Deus. Portanto, paguem ao governo o que é devido. Paguem todos os seus impostos e respeitem e honrem todas as autoridades”.
(Romanos, cap. 13, 1-7)



Mapa de tempo de viagem no Império Romano


22.4.19

Ashaninka - Economia

Estado: Acre


Os relatos dos mais antigos apontam para a atividade agrícola (mandioca) e da caça e pesca. Atualmente, a maior parte da renda dos Ashaninka é decorrente da venda de artesanato, não só na região, mas também nos grandes centros brasileiros e até mesmo no exterior. Também buscam alternativas de desenvolvimento sustentável, contra o avanço da atividade madeireira na sua região, em especial vinda do Peru, e na busca de proteção do meio ambiente.

Ashaninka - Religião

Estado: Acre


Acreditam em um universo com vários níveis e na presença de espíritos, sendo estes hierarquizados conforme seu poder e sua importância. Os mais poderosos são denominados Tasorenci, e são considerados como verdadeiros deuses, tendo capacidade de tudo transformar por meio do sopro. Pavá é o mais poderoso deles, criador de todo o universo. Geralmente são invisíveis aos seres humanos, e raramente aparecem, geralmente em forma humana. Os espíritos bons são denominados de asaninka, e vivem no céu. Já os espíritos do mal são denominados Kamari, e habitam uma área embaixo da terra, embora apareçam em outros níveis do universo.
Os xamãs (seripiari) são os intermediários entre o mundo dos humanos e o sobrenatural, procurando comunicar-se com os espíritos bons e combater os maus, em rituais que envolvem o consumo de substâncias alucinógenas.
São dualistas, acreditam em duas metades bem definidas e opostas. Sol x Lua, Bem x Mal, espíritos bons x espíritos maus.

Ashaninka - Política

Estado: Acre


Tradicionalmente, os Ashaninka viviam em grupos dispersos pelos rios ou igarapés. Havia vários nampitsi, grupos de famílias ampliadas, reunidas sob a autoridade de um chefe (kuraka). Porém, a autoridade deste é limitada, o que não impedia a união das várias famílias. As situações diversas do cotidiano são resolvidas no piyarentsi, um ritual que é político e ao mesmo tempo religioso, em que todos se reúnem e passam bebendo e discutindo projetos comuns, em lembrança de um mito criador.
Contudo, após as tensões com o “homem branco”, em especial o avanço de atividades madeireiras na sua região, eles passaram a se concentrar em comunidades, com novas instituições, como a escola e a cooperativa. Foi criada uma associação para defender os direitos do povo, e os líderes que surgiram na luta contra as madeireiras ocupam papel de destaque, sendo mediadores entre o grupo e as autoridades estatais. No entanto, as lideranças tradicionais continuam ocupando seu lugar.

Ashaninka - Organização social

Estado: Acre


A unidade social principal é a família nuclear (pais e filhos), geralmente estas se agrupam em torno de um homem mais velho (pai ou avô), constituindo um grupo doméstico, composto entre uma e seis famílias vinculadas por relações de sangue e realização conjunta de atividades, como na agricultura e na caça. Um conjunto de grupos domésticos pode agrupar-se sob a influência de um chefe, formando o nampitsi, ou “território político”. Em diversos momentos, estes nampitsi se reúnem, formando uma entidade maior.

Yanomanis - Economia

Estados: Amazonas e Roraima


A área utilizada por cada uma das aldeias pode ser descrita como uma série de círculos concêntricos.
O primeiro, de um raio de cinco quilômetros, é a área de uso imediato da comunidade, para a coleta em pequena escala, pesca, caça e atividades agrícolas.
O segundo, de um raio entre cinco e dez quilômetros, é a área preferencial de caça individual e da coleta familiar do dia a dia.
O terceiro, de um raio entre dez e vinte quilômetros, é a área preferencial de caça coletiva , em especial no período em que se espera a terra ficar boa para o plantio. Nesse terceiro circulo também são encontradas as roças, tanto antigas como novas, onde se colhe e planta.

Yanomanis - Religião

Estados: Amazonas e Roraima


Os Yanomami acreditam nos espíritos, denominados Xapiripë. São vistos sob a forma de miniaturas humanoides enfeitadas de ornamentos cerimoniais coloridos e brilhantes. São, sobretudo, imagens xamânicas de entes da floresta, existindo xapiripë de mamíferos, aves, repteis, insetos, entre outros, assim como das arvores, pedras, da água, do sol, da lua, entre outros.
Os pajés os veem por meio de rituais, após inalação de um pó alucinógeno feito com a casca de uma arvore, e “respondem” aos seus cantos. Dessa forma, são pessoas de muita importância nas aldeias, verdadeiros “guerreiros do sobrenatural”, escudos contra os poderes maléficos oriundos dos humanos e não-humanos que ameaçam as comunidades, tendo também a função de cura dos doentes.

Yanomanis - Política

Estados: Amazonas e Roraima


Cada uma das aldeias é uma entidade política independente. Porém, mantém uma rede de relações de troca de tipo matrimonial, cerimonial e econômica com vários grupos vizinhos, considerados aliados frente a outros grupos rivais. Não existem chefes nas aldeias; as decisões mais importantes são tomadas por consenso da comunidade. Porém, em decorrência dos atritos com o “homem branco”, foram criadas associações, tanto em Roraima como na Venezuela, para defesa de seus direitos, em especial da terra.

Yanomanis - Organização social

Estados: Amazonas e Roraima


Os grupos locais Yanomami são geralmente constituídos por uma casa plurifamiliar em forma de cone ou por aldeias compostas de casas de tipo retangulares. Os membros dessa casa preferem casar-se com membros da mesma casa, em geral “primos cruzados”, filhos de um tio materno e uma tia paterna. Cada casa pode abrigar até 400 pessoas. As áreas centrais das casas são onde ocorrem as festas e cerimônias.

Terenas - Economia

Estados: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

Antes do confinamento em reservas, os Terena promoviam uma agricultura itinerante, com corte e queima, e rotação de tempos em tempos, complementada pela caça e coleta. Atualmente, adaptando-se à “modernização” forçada, utilizam-se da mecanização, com tratores e arados. A agricultura segue sendo a principal atividade econômica. Planta-se arroz, feijão, mandioca e milho, para consumo próprio, e a venda dos excedentes nas cidades próximas. O grupo doméstico (pai e grupo de irmãos) decide em conjunto quando e o quê plantar, e trabalham coletivamente a terra, embora reconheçam a propriedade individual de cada um. Adotam a rotação de culturas para evitar o desgaste do solo. Há também a criação de gado, mas somente para aqueles considerados “bem sucedidos”, que tenham dinheiro para comprar algumas reses.

Com o decorrer do tempo, a disponibilidade de recursos naturais diminuiu consideravelmente em relação ao tamanho da população. Dessa forma, o trabalho externo configurou-se como uma opção viável. Este é realizado nas fazendas da região, para abri-la ou mantê-la (instalação de cercas, corte de postes, capina, colheita). É um trabalho temporário e exercido, na sua maioria, por homens maduros (entre 35 e 50 anos). A administração desse fluxo de trabalhadores, em especial para as usinas de açúcar e álcool, hoje é o principal papel dos detentores do poder nas aldeias
Atualmente, a maioria da população ou somente trabalha fora das reservas ou conjuga essa opção com atividades internas. Contudo, os salários são baixos, dado o grande volume disponível de mão de obra. Outros membros do grupo vão para as cidades, em especial Campo Grande, trabalhar como empregadas domésticas, seguranças e outras profissões.

Terenas - Religião

Estados: Mato Grosso do Sul e Mato Grosso


O líder espiritual é o xamã, que também é o curador de doenças, interpretadas como “males de espírito”.  O mito de origem do povo Terena é um longo relato de como o herói civilizador duplo (tem uma parte "gêmea" que age como um anti-herói) Yurikoyuvakái tirou-os de debaixo da terra e ensinou-lhes o uso do fogo e das ferramentas agrícolas, é ainda passado de geração a geração.
Atualmente, existem várias Igrejas, e, em muitos casos, ocorrem conflitos internos por conta das diferentes posições de cada uma delas.

Terenas - Política

Estados: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul


Em todas as reservas, existe um “cacique” e um “conselho tribal” que responde pelas relações políticas de cada aldeia (ou “setor”, na sua linguagem). Cada setor resolve internamente seus problemas. Caso seja um problema mais amplo, que envolva mais de um setor, são convocadas reuniões amplas para que sejam buscadas as soluções.
Dentro da aldeia, cada residência tem o seu chefe, que deve ampliar e manter solidário o grupo de irmãos.

Terenas - Organização Social

Estados: Mato Grosso do Sul e Mato Grosso


Os territórios dos Terena são compostas de aldeias ou “setores” (na sua linguagem). Cada aldeia é composta de um conjunto de residências dentro de certos limites. As pessoas têm liberdade para se deslocar dentro das aldeias, podendo escolher a que acharem melhor; o que as vincula a uma aldeia não são os laços de parentesco, mas sim o respeito a um determinado conjunto de regras.
As aldeias são constituídas por parentelas agnáticas, composta pelos homens irmãos, suas esposas, filhos e netos, e seus agregados eventuais (filhos adotivos, tios, primos), centrado na figura de um chefe, que é o pai ou, na morte deste, o irmão mais velho. As casas destes grupos de irmãos localizam-se próximas umas às outras, e seus lotes de roças são contíguos, havendo cooperação econômica e partilha de alimentos entre eles. Cada casa abriga um grupo doméstico, entre duas e quatro gerações, sendo mais comuns as últimas.
Durante muito tempo, a sociedade era dividida em três grandes grupos: os naati (gente de chefes), os wahere (guerreiros) e os cauti (descendentes dos cativos capturados em conflito e incorporados à sociedade). Os casamentos eram dentro do próprio grupo; uma união era considerada ruim se não respeitasse essa norma. Contudo, um individuo do terceiro grupo poderia ascender ao primeiro conforme seu desempenho, em especial nas guerras. Hoje, na maior parte das aldeias, essa divisão foi superada.

Kayapós - Economia

Estado: Mato Grosso


A economia é baseada na caça e na pesca, que são atividades masculinas, e uma agricultura incipiente, atividade feminina. As roças são cultivadas em um raio de quatro a seis quilômetros da aldeia. Planta-se batata doce, mandioca, milho, cana de açúcar e bananas, em áreas previamente desmatadas e queimadas pelos homens.
Inicialmente, eram semi-nômades, deslocando-se de tempos em tempos quando as roças já não rendiam o suficiente. No entanto, o contato com os órgãos governamentais e certas “vantagens” trazidas por esse contato (posto médico, pista de aterrissagem, rádio) que não podiam ser movidas, fizeram o sedentarismo regra. Com isso, a caça escasseou e a pesca assumiu importância cada vez maior na dieta alimentar.

Kayapós - Religião

Estado: Mato Grosso


Os Kayapó acreditam fortemente nos espíritos dos mortos. Pensam que estes vivem em uma aldeia tal como a que eles vivem, em alguma colina. Contudo, estes somente saem à noite, e temem a luz do dia. Por isso, os Kayapó tem medo de permanecer sozinhos na floresta à noite. Durante sua estadia nas roças, as mulheres fumam, pois os espíritos temem a fumaça.
Os mortos são enterrados fora das aldeias, acompanhados de objetos pessoais, que acreditam que serão levados à vida no além. Nas primeiras semanas, os parentes deixam um pouco de comida e de bebida ao lado da sepultura, pois nem sempre o espírito acha seu caminho imediatamente. Além disso, o espírito pode recair em “nostalgia” e querer levar um parente junto. Por isso, seus parentes iluminam suas casas com grandes fogueiras, que produzem muita fumaça.
Os xamãs entram em contato com esses espíritos, aprendendo com eles cantos e nomes utilizados nos rituais do povo.

Kayapós - Política

Estado: Mato Grosso


Não há um chefe que administre toda a aldeia. Cada associação política tem um ou dois chefes, que exercem seu poder sobre o grupo. Estes, por sua vez, são treinados durante muitos anos, e não necessariamente são descendentes dos atuais chefes. Porém, estes chefes nunca agem impondo sua vontade própria, mas procuram sempre estar atentos ao que passa na sua aldeia. O chefe deve ter capacidade guerreira, mas também um poder de saber conciliar interesses distintos. Apenas os chefes fortes conseguem essa conciliação, na maioria das vezes tendem para um dos lados.
Cada aldeia é independente da outra, não existe uma organização que congregue as quase 12 mil pessoas do povo.

Kayapós - Organização social

Estado: Mato Grosso


As aldeias são construídas ao redor de uma praça descampada. No meio da aldeia, há a casa dos homens, onde as associações políticas masculinas se reúnem.
As casas são dispostas em círculo ao redor dessa praça, e são habitadas por famílias extensas: uma avó e seu marido, suas filhas com seus esposos e crianças. O círculo das casas é considerado “território de mulheres”, em contraposição ao centro da aldeia.
Quando o número de pessoas torna-se grande demais (40 pessoas ou mais), o grupo residencial se divide e se forma uma ou mais casas novas próximas à primeira. Quando um homem se casa ele deixa a casa dos homens para habitar sob o teto de sua esposa.

Pankararu - Economia

Estado: Pernambuco

As terras dos Pankararu localizam-se em Pernambuco. Parte delas às margens do São Francisco. Dessa forma, por meio dos canais de irrigação e da água em abundancia decorrente das hidrelétricas da região, pode-se plantar de tudo, desde milho e feijão, até cana de açúcar. A região também é rica em frutíferas, complementando a dieta da população. Em outras partes do território, que são mais secas, a agricultura fica mais difícil, e o cultivo principal é a mandioca. Algumas áreas também são propícias à pecuária, com boas pastagens. 

Pankararu - Religião

Estado: Pernambuco

principal culto dos Pankararu é aos “Encantados”, “índios vivos que se encantaram”, voluntária ou involuntariamente. Cada grupo familiar tem um conjunto de “Encantados”, que vivem nas serras da região e o contato se dá através dos sonhos. Os “Encantados” escolhem determinadas pessoas para serem seus guardiões, e vem por meio de sementes. O zelador, então, deve tecer um Praiá, que é uma saia e uma máscara feita de fibra vegetal, e fazer cerimônias particulares com cânticos, onde se fuma e bebe. O zelador dos Praiás tem, por tudo isso, grande responsabilidade religiosa frente à aldeia, que se confunde com autoridade política, pois não é qualquer um que pode ser, pois este lugar é marcado por uma avaliação coletiva acerca de sua reputação.

Pankararu - Política

Estado: Pernambuco


Originalmente, havia uma série de autoridades, cada uma agindo sobre a sua própria família extensa, que combinava poder mágico e valores morais. Ao que tudo indica, antes do contato com as autoridades estatais, a única autoridade que englobava toda a comunidade era o Sarapó, mas esta era de base religiosa, e não política.
Com as mudanças que ocorreram ao longo do tempo, surgiu a figura de “lideranças peregrinas”, mediadoras entre a comunidade e as autoridades do governo, saindo das aldeias em busca dos “direitos” da população. Atualmente, o chefe do Posto Indígena da Funai emergiu como figura principal no quesito moral, em especial na resolução de conflitos entre vizinhos e no relacionamento com os agentes externos ou na distribuição de gêneros alimentícios.

Pankararu - Organização social

Estado: Pernambuco


Os Pankararu se organizam por meio de “troncos”, grandes famílias com um ascendente em comum. Dentro dos “troncos” estão as famílias, que são aqueles que se pede ajuda, com quem se planta, perto de quem se mora, e com quem se compartilha a farinha e o produto do trabalho. Muitas vezes, as casas das famílias constituintes de um “tronco” estão dispostas circularmente em relação à habitação do patriarca ou matriarca.

Pataxó - Economia

Estado: Bahia


As áreas ocupadas pelos Pataxó apresentam limitações à mecanização agrícola e ressente-se de falta de água em muitos momentos do ano. A agricultura é a principal atividade econômica. Parte dos produtos é vendida em feiras livres nas cidades vizinhas. As roças de maior porte são compartilhadas por vários membros de uma mesma família extensa. Há também a criação de gado, cujos produtos, em especial o leite, também são vendidos nas redondezas; a pesca e, mais recentemente, plantações de cacau, herdadas de fazendas retomadas judicialmente.

Pataxó - Religião

Estado: Bahia


Os Pataxó acreditavam em um ser supremo, o Queggiahorá. Atribuíam grande importância às almas. Acreditavam na imortalidade da alma e imaginavam que esta só se afastaria do corpo após este estar totalmente decomposto. O Sol e a Lua eram a morada das almas dos defuntos e o local de seu descanso. As almas dos mortos também eram consideradas divindades, sendo–lhes dirigidas rezas. As que não tivessem sido bem tratadas durante a vida voltavam sob a forma de onça para fazer mal aos vivos.
O Sol era um gênio mau, que se nutria, no decorrer da noite, daqueles que foram enterrados durante o dia. Já a Lua tinha um caráter bom, guiando os casamentos e os momentos de plantio. O trovão é considerado um espírito maligno, que retorna para levar qualquer um.
Atualmente, nas terras Pataxó, há a presença da Igreja Católica e de Igrejas evangélicas, o que altera profundamente as ideias religiosas do povo.

Pataxó - Política

Estado: Bahia

Cada aldeia tem um líder, chamado cacique, que é um representante da mesma frente aos agentes do Estado e um articulador interno. É frequente a divisão de aldeias, que resulta na criação de novas, muito por conta das novas demarcações de terra. 

Pataxó - Organização Social

Estado: Bahia

Os Pataxó são divididos em dois grandes grupos, os Baenã e os Hãhãhãe. Os casamentos são mistos, com membros de grupos diferentes. 

Krenak - Economia

Estados: Minas Gerais e São Paulo


À época do contato com o “homem branco”, em 1910, eram basicamente caçadores e coletores seminômades. Atualmente, vivendo em uma reserva de 4 mil hectares, procuram realizar essas atividades, mas com muito mais dificuldade. A tragédia de Mariana, que afetou o Rio Doce, que banha o território do grupo, acabou com a pesca.

Krenak - Religião

Estados: Minas Gerais e São Paulo


Os Krenak acreditam na figura dos Marét. Estes são os habitantes das esferas superiores, eram os grandes ordenadores dos fenômenos da natureza, e dentre estes, se destaca Khamaknian, herói criador dos homens e do mundo. Além destes, há os Nanitiong, responsáveis pela fecundação das mulheres e por emitir avisos de morte.
Há ainda os espíritos da natureza, chamados de Tokón, e estes eram responsáveis pela eleição dos seus intermediários na terra, os xamãs, com os quais mantinham contato durante os rituais.

Krenak - Política

Estados: São Paulo e Minas Gerais


Atualmente, o grupo é dividido em duas facções políticas, cada uma controlando um pedaço do território demarcado. Cada um deles tem um cacique, responsável pela ordem interna e pelos momentos de contato com os agentes do Estado.

Krenak - Organização social

Estados: São Paulo e Minas Gerais


O povo é composto por duas metades, em um total de 4 famílias extensas. Os casamentos devem ser feitos com pessoas de famílias extensas diferentes, o que ameniza as tensões dentro do grupo. Os filhos dessa união pertencem à metade do pai.

Maxacali - Religião

Estado: Minas Gerais


Os Maxacali acreditam na presença de espíritos, que podem trazer coisas boas ou ruins. No topo da hierarquia dos espíritos encontra-se Hãmgãyãgñag, a alma finada individual, soberana das forças do bem e do mal, e responsável pela morte dos doentes.
Os vários seres sobrenaturais têm personalidades e exigências, inclusive alimentares, bastante diferenciadas, o que exige não só sua identificação durante os rituais, como também o conhecimento de como agradá-los para evitar que venham a fazer mal à comunidade.
Quando visitam a terra, esses espíritos podem ocupar vários locais: o coração dos vivos, o oco das árvores, os picos mais elevados da área que ocupam, o topo das árvores, mas preferem os postes cerimoniais localizados no pátio onde são executadas as danças cerimoniais em frente à Casa da Religião - Kukex.
Os líderes religiosos são os intermediários entre o mundo dos seres humanos e o dos espíritos, satisfazendo-os. 

Maxacali - Economia

Estado: Minas Gerais


Antes do contato com o “homem branco”, os Maxacali eram semi-nômades. Atualmente, vivendo em aldeias restringidas, praticam a caça e a coleta, além de praticarem uma agricultura incipiente. Muitas vezes, nessas atividades, entram em fazendas vizinhas, sendo perseguidos por isso. Às vezes também trabalham temporariamente nas fazendas, sofrendo discriminação. São as mulheres que pescam, coletam e realizam a colheita das roças, sendo trabalho dos homens promover as queimadas, destocar as áreas, realizar o plantio e caçar.

Maxacali - Política

Estado: Minas Gerais


Cada aldeia tem um líder, que é, ao mesmo tempo, político e religioso. Os líderes devem garantir vantagens materiais, espirituais e manter o equilíbrio entre os mundos visível e invisível. Porém, como os conflitos dentro dos grupos são constantes, muitas vezes frações de uma aldeia se separam e formam novos povoados, com um novo líder, desde que haja um número razoável de pessoas. Somente em situações de extrema gravidade é que todas as aldeias ou bandos se reúnem, para buscar soluções conjuntas para os problemas.

Maxacali - Organização social

Estado: Minas Gerais


O elemento básico da sociedade é o grupo doméstico. Este é composto por 2 a 5 casas habitadas por famílias extensas (casal de velhos, seus filhos e filhas solteiras, suas filhas casadas, seus genros e netos), baseadas nas relações de sangue. A liderança cabe ao homem mais velho, e, em casos excepcionais, a uma viúva.
A união de vários grupos domésticos forma um bando, que inclui todos os parentes. Cada bando tem um líder e um centro cerimonial (kukex) em atividade. Geralmente, cada bando constitui uma comunidade ou aldeia.

Kaingang - Economia

Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná


A agricultura é o elemento básico da economia Kaingang, sendo complementada por caça, coleta e pesca. Os principais plantios eram o milho, feijão e abóboras. Inicialmente, tinha somente um papel complementar na dieta, restrita aos meses mais quentes, nos quais eram realizados os cultivos, os quais eram feitos em áreas desmatadas e queimadas previamente. Nas regiões altas do Sul do país, um elemento importante era o pinhão, o qual era consumido in natura ou socado para fazer farinha, a qual era armazenada e consumida durante todo o ano.

Kaingang - Religião

Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná


Os Kaingang prestam culto a duas entidades mitológicas: os irmãos Kamé e Kairu, responsáveis pela criação do mundo, de todas as coisas. Tem profundo respeito aos mortos, promovendo cerimônias que envolvem toda a comunidade, as quais eram chamadas de Kikikoi, e eram acompanhadas do consumo em excesso de bebidas alcoólicas, o Kiki, que eram feitas misturando-se mel à água. Esse ritual, com o avanço do “homem branco” sobre as comunidades, aos poucos deixou de ser realizado, assim como os xamãs, intermediários entre o mundo material e o espiritual, foram sendo perseguidos e expulsos das comunidades.

Kaingang - Política

Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná


Cada comunidade tem um cacique e um vice-cacique. Na maioria delas, eles são de metades opostas, o que permite decisões mais acertadas em assuntos que se referem à toda a comunidade. O poder de um cacique está ligado à capacidade de representar bem a comunidade, em especial nas relações com os agentes do Estado: a autoridade deve ser também reconhecida pelo “mundo dos brancos”.
Dentro da comunidade, tem funções econômicas, jurídicas e éticas. Suas decisões são assessoradas por um conjunto de pessoas que tem outros cargos dentro da comunidade, como os integrantes da “Liderança” (espécie de Conselho local), e aqueles relacionados à manutenção da ordem pública (“soldados”, “cabos”, “sargentos”), responsáveis pela resolução de pequenos problemas. Estes, por sua vez, são nomeados pelo cacique.
A escolha do cacique é realizada por meio de eleição, da qual participam todos os maiores de 15 anos.

Kaingang - Organização social

Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná


Os grupos kaingangs são divididos em duas metades: kamé (representando o Sol) e kairu (representando a Lua). Segundo as tradições do povo, os casamentos devem ser realizados com pessoas da metade oposta. Após o casamento, o homem passa a morar com seu sogro. Porém, os filhos desse casamento entram na metade a qual pertence o pai.
As comunidades têm como base as famílias (pais e filhos), que fazem parte de famílias extensas (casal de velhos, seus filhos e filhas solteiras, suas filhas casadas, seus genros e netos). Cada uma dessas famílias extensas tem entre 20 e 50 pessoas. Essas, por sua vez, se juntam em grupos locais, por meio das relações de sangue, e a junção de vários grupos locais forma uma comunidade. Cada uma delas tem entre 300 e 500 pessoas.

Guaranis - Economia

Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná


A agricultura é a atividade principal da vida comunitária, em especial com o milho e tubérculos como a mandioca. Essas plantas tem significado mágico para o povo, sendo motivo de diversas cerimônias religiosas. Geralmente as áreas plantadas são pequenas, entre 1 e 3 hectares, dependendo da qualidade da terra e do número de pessoas disponíveis para a atividade. Além disso, plantam árvores frutíferas e espécies utilizadas como remédios ao redor das casas. Também coletam frutos silvestres e materiais para a elaboração de artesanato, vendido nas ruas das grandes cidades e à beira das estradas. A caça não é pratica corriqueira e vem diminuindo ao longo do tempo, em especial por conta da destruição do meio ambiente de suas regiões. Todos participam das atividades produtivas, havendo uma divisão do trabalho definida pelo sexo.

Guaranis - Religião

Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná


A liderança espiritual é exercida pelo Tamoi (avô) e seus auxiliares (yvyraija), podendo também ser exercida por mulheres. A comunidade constrói e mantém uma casa para a prática de rezas e rituais coletivos, geralmente próxima à casa do Tamoi.
As práticas espirituais muitas vezes duram horas; as rezas, compostas de cantos, danças e discursos, voltam-se às situações do cotidiano (excesso ou falta de chuvas, colheitas). A principal cerimônia religiosa é o Nheemongarai, na qual os frutos da colheita são abençoados e as crianças nascidas durante o ano recebem seus nomes.

Guaranis - Política

Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná


Atualmente, cada comunidade tem um chefe político, o “cacique”, ao qual estão subordinadas jovens lideranças que permitem a mediação entre a comunidade e os representantes do Estado. O cacique só aparece em momentos específicos, nos quais há situações que envolvem todos os membros da comunidade. Do contrário, cada família extensa tem bastante autonomia para tomar suas próprias decisões.  Antigamente, o chefe político também era o religioso; porém, com os constantes conflitos, essas figuras foram separadas.

Guaranis - Organização social


Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná

Os assentamentos guaranis são chamados de tekoa. Cada tekoa tem entre 20 e 200 pessoas, e são constituídas por uma ou mais famílias extensas (casal, filhas, genros e netos), com um chefe espiritual e político. A organização interna da comunidade é definida pelas relações de parentesco e de sangue. As várias aldeias se conectam por meio de redes de parentesco. Dessa forma, há uma intensa mobilidade das pessoas dentro dos territórios ocupados por esse grupo.

15.4.19

Questões de ENEM sobre Roma Antiga


2016 – Questão 16

Os escravos tornam-se propriedade nossa seja em virtude da lei civil, seja da lei comum dos povos; em virtude da lei civil, se qualquer pessoa com mais de 20 anos permitir a venda de si própria com a finalidade de lucrar conservando uma parte do preço da compra; e em virtude da lei comum dos povos, são nossos escravos aqueles que foram capturados na guerra e aqueles que são filhos de nossas escravas.

A obra Institutas, do jurista Aelis Marcianus (século III d.C.) instrui sobre a escravidão na Roma Antiga. No direito e na sociedade romana desse período, os escravos compunham uma:

A – mão de obra especializada protegida pela lei.
B – força de trabalho sem a presença de ex-cidadãos.
C – categoria de trabalhadores oriundos dos mesmos povos.
D – condição legal independente da origem étnica do indivíduo.
E – comunidade criada a partir do estabelecimento das leis escritas.



2016 – Questão 7

A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou por escrito um velho direito costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o devedor; ou vende-lo como escravo do outro lado do Tibre, isto é, fora do território de Roma.
A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os plebeus:

A – modificassem a estrutura agrária baseada no latifúndio
B – exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.
C -  conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.
D – ampliassem a participação política nos cargos públicos.
E – reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.


2017 - Questão 79

TEXTO I

Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas juntas.
Logo depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem precedentes, porque a exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos proprietários de terra por meio da força ou de pequenas concessões.


TEXTO II

A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das principais heranças romanas que chegaram até nós. A publicação dessas leis, por volta de 450 a.C., foi importante, pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e arbítrio dos poderosos. 


O ponto de convergência entre as realidades sociopolíticas indicadas nos textos consiste na ideia de
que a:

A - discussão de preceitos formais estabeleceu a democracia.
B - invenção dos códigos jurídicos desarticulou as aristocracias.
C - formulação de regulamentos oficiais instituiu as sociedades.
D - definição de princípios morais encerrou os conflitos de interesses.
E - criação de normas coletivas diminuiu as desigualdades de tratamento.

2013 - Questão 26

Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma geração para a outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguem eleger  uma comissão de dez pessoas — os decênviros – para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.

A superação da tradição jurídica no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à:

A - adoção do sufrágio universal masculino.
B - extensão da cidadania aos homens livres
C - afirmação de instituições democráticas.
D - implantação de direitos sociais.
E - tripartição dos poderes políticos.