Os territórios dos Terena são compostas de
aldeias ou “setores” (na sua linguagem). Cada aldeia é composta de um conjunto
de residências dentro de certos limites. As pessoas têm liberdade para se
deslocar dentro das aldeias, podendo escolher a que acharem melhor; o que as
vincula a uma aldeia não são os laços de parentesco, mas sim o respeito a um determinado
conjunto de regras.
As aldeias são constituídas por parentelas
agnáticas, composta pelos homens irmãos, suas esposas, filhos e netos, e seus
agregados eventuais (filhos adotivos, tios, primos), centrado na figura de um
chefe, que é o pai ou, na morte deste, o irmão mais velho. As casas destes
grupos de irmãos localizam-se próximas umas às outras, e seus lotes de roças
são contíguos, havendo cooperação econômica e partilha de alimentos entre eles.
Cada casa abriga um grupo doméstico, entre duas e quatro gerações, sendo mais
comuns as últimas.
Durante muito tempo, a sociedade era dividida
em três grandes grupos: os naati (gente de chefes), os wahere (guerreiros) e os
cauti (descendentes dos cativos capturados em conflito e incorporados à
sociedade). Os casamentos eram dentro do próprio grupo; uma união era
considerada ruim se não respeitasse essa norma. Contudo, um individuo do
terceiro grupo poderia ascender ao primeiro conforme seu desempenho, em
especial nas guerras. Hoje, na maior parte das aldeias, essa divisão foi
superada.
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