Tradicionalmente, os Ashaninka viviam em
grupos dispersos pelos rios ou igarapés. Havia vários nampitsi, grupos de
famílias ampliadas, reunidas sob a autoridade de um chefe (kuraka).
Porém, a autoridade deste é limitada, o que não impedia a união das várias
famílias. As situações diversas do cotidiano são resolvidas no piyarentsi,
um ritual que é político e ao mesmo tempo religioso, em que todos se reúnem e
passam bebendo e discutindo projetos comuns, em lembrança de um mito criador.
Contudo, após as tensões com o “homem
branco”, em especial o avanço de atividades madeireiras na sua região, eles
passaram a se concentrar em comunidades, com novas instituições, como a escola
e a cooperativa. Foi criada uma associação para defender os direitos do povo, e
os líderes que surgiram na luta contra as madeireiras ocupam papel de destaque,
sendo mediadores entre o grupo e as autoridades estatais. No entanto, as
lideranças tradicionais continuam ocupando seu lugar.
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