7.5.22

Carlos Chagas

Assim, passei a examinar o sangue de animais no laboratório que montei junto ao canteiro de obras da ferrovia. Ali, achei uma espécie de protozoário, a qual denominei de Trypanosoma cruzi, dentro do intestino do barbeiro. Como meu laboratório era precário, enviei alguns barbeiros para o Rio de Janeiro, para que Osvaldo Cruz os analisasse. Lá, ele colocou os barbeiros para picar macacos de laboratório. Um mês depois, já eu estando na capital, os macacos estavam com o protozoário. Voltei a Lassance e como sabia que o barbeiro estava nas casas das pessoas, pela maioria das casas serem de barro, comecei a analisar o sangue das pessoas. No dia 23 de abril de 1909, identifiquei o protozoário em uma menina de dois anos, chamada Berenice, que tinha febre, anemia e inchaço no miocárdio. 

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