22.9.21

Inconfidência Mineira

 

A Inconfidência (ou Conjuração) Mineira foi uma conspiração visando uma futura revolta contra a Coroa Portuguesa entre o fim de 1788 e o começo de 1789. Não passou de uma conspiração, já que seus planos foram descobertos e seus membros presos antes que a revolta se iniciasse.

Mudanças drásticas alcançam Minas Gerais durante a década de 80 do século XVIII, especialmente com novas orientações da administração régia e a difusão das ideias críticas do iluminismo. Sob orientação da Coroa, em 1788, o Visconde de Barbacena, então governador da capitania, confronta a elite local que detinha o poder. A intensificação do controle sobre o comércio, as cobranças das dívidas de contratos atrasados, a ameaça de mais uma derrama (confisco de objetos de ouro de toda a população até alcançar a cota estipulada pela Coroa) incendeiam os ânimos.

Inicialmente organizado pelos senhores de escravos e gado, grandes comerciantes e mineradores, o movimento conspiratório passou a agrupar diversos outros grupos, principalmente os que tinham funções letradas, como advogados, dentistas, clérigos e funcionários régios. Os envolvidos, em sua maioria, estavam totalmente endividados devido ao declínio da mineração, e viam no rompimento com Portugal a saída de seus problemas financeiros, inspirados no exemplo dos Estados Unidos.

Os revoltosos, apesar de reunidos e organizados, não apresentavam coesão em todas as suas ideias e propostas. Pregavam o livre comércio e o livre extrativismo, redirecionamento dos tributos diretamente para melhorias na colônia, mudança na organização do poder e na administração interna de Minas. Para isso, constituiriam uma república independente, com capital em São João del Rei; criação de uma universidade em Ouro Preto, além de hospitais, escolas e casas de caridade. Não tinham um posicionamento claro sobre o tema da escravidão.

Antes de ter início o movimento rebelde, que previa a expulsão do governador para Portugal, em junho de 1789 Barbacena recebe uma denúncia da conspiração e suspende a derrama, que serviria como deflagrador da Inconfidência. Tem início a fase de perseguição e da Devassa, que leva à prisão e degredo diversos condenados. O Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, segue para as masmorras no Rio de Janeiro junto de outros. Em 1791, o julgamento foi presidido pelo vice-Rei, condenando à morte 11 envolvidos e ao degredo outros sete. Porém, a rainha, fazendo segredo até 18 de abril de 1792, comutou as penas dos condenados à morte em degredo, exceto Tiradentes. Três dias depois o alferes foi enforcado e esquartejado em praça pública e seu corpo espalhado pelas estradas e praças de Minas Gerais para servir de exemplo.

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