“Na quarta e quinta-feira
[13 e 14/7/1099] nós atacamos sucessivamente a cidade, de todos os lados. Mas antes
de toma-la de assalto, os bispos e padres decidiram por suas pregações e exortações
que se faria em nome de Deus uma procissão em torno das muralhas de Jerusalém,
acompanhada de preces, esmola e jejum.
Na sexta-feira [15/07] de
madrugada, organizamos um assalto geral à cidade sem poder toma-la. Estávamos estupefatos
e com grande medo, pois aproximava-se a hora em que Nosso Senhor Jesus Cristo
consentiu em sofrer por nós o suplício da cruz. [...] os nossos os perseguiram [os
muçulmanos], matando-os e golpeando-os, até o Templo de Salomão, onde houve uma
tal carnificina que os nossos marcharam em seu sangue até os calcanhares”.
Gesta
Francorum et Aliorum Hierosolimitanorum. Paris: Librarie Ancienne Honoré Champion, 1924, p.202.
“Guerreiros a pé e
cavaleiros fizeram um caminho através dos cadáveres. Mas tudo isso era pouca
coisa. [...] O que se passou nesses lugares? Se dissermos a verdade,
ultrapassaremos os limites do que é possível crer. Será suficiente que, no
Templo e no Pórtico de Salomão, cavalgava-se em sangue até os joelhos dos
cavaleiros e até aos arreios dos cavalos. Justo e admirável julgamento de Deus,
que quis que este lugar recebesse o sangue daqueles que blasfemaram contra Ele
durante tanto tempo”.
Raymond D´Aguillers. In:
CALMETTE, Joseph. Textes et documents
d´Historie. Paris: P.U.F., 1953, tomo II, p.96.
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