Conta-se,
ó rei afortunado, que viveu outrora numa cidade da China um alfaiate pobre que
tinha um filho chamado Aladim. Este filho revelou-se um maroto desde a mais tenra idade. Em vão procurou o pai
dar-lhe alguma instrução ou ensinar-lhe o próprio ofício. Aladim só queria
brincar na rua com seus camaradas. E seu pai acabou por morrer de desgosto.
Sua desgraçada mãe labutava dia e noite, fiando lã e
algodão para sustentar-se e sustentá-lo. Certo
dia, enquanto brincava numa praça
com vagabundos de sua espécie, um dervixe, que era um mouro, parou e ficou
acabou concentrando sua atenção em Aladim. Esse
dervixe, que vinha dos confins do
Marrocos, era um insigne feiticeiro. Enquanto olhava mais e mais atentamente
para Aladim, dizia consigo mesmo: "Este é o jovem de que preciso. Este é o jovem que andei
procurando e pelo qual deixei meu país e empreendi
esta longa viagem."
Chamou
de lado um dos outros rapazes e informou-se com ele sobre Aladim. Munido
dessas informações, abordou Aladim com um sorriso e, levando-o a um lado,
disse-lhe: "Meu menino, não és Aladim, filho do alfaiate?" - Sou
Aladim, respondeu, mas meu pai morreu
há muitos anos. A estas palavras, o dervixe tomou Aladim nos braços e começou a
beijá-lo enquanto derramava abundantes lágrimas. “Por
que choras, meu senhor?”, perguntou Aladim,
surpreso. Conhecias meu pai?
-
Meu filho, respondeu o mouro com voz trêmula, como conseguiria reter as
lágrimas, sendo teu tio e havendo sido bruscamente informado do
falecimento de meu irmão, teu pai? Querido sobrinho, deixei minha pátria e enfrentei os perigos
de uma longa viagem só para vir abraçar meu irmão.
O
homem tirou então dez dinares de ouro do cinto e deu-os a Aladim. Depois, perguntou-lhe onde a mãe morava. Aladim apontou-lhe a
casinha da mãe. O mouro tirou outros dez
dinares de ouro e deu-os a Aladim, dizendo: "Entrega-os à viúva de meu irmão, dize-lhe que
estou ansioso por rever os lugares onde meu irmão viveu, e que a visitarei amanhã pela
manhã." Aladim beijou a mão do homem e correu alegremente para casa. Ao chegar em casa, porém, sua
mãe lhe disse que não tinha nenhum irmão.
No
dia seguinte, o dervixe, ao visita-los, perguntou ao jovem: "Que profissão exerces, meu filho? Que trabalho desempenhas para
ajudar a tua mãe a manter a casa?" Aladim baixou a cabeça de vergonha. O feiticeiro
afirmou: "Se preferes o comércio, estou
pronto a montar uma grande loja para ti no melhor ponto do mercado". Aladim sentiu se imensamente feliz e
sorriu para ele como para
dizer: "Certamente, aceito."
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