Durante
a maior parte do período colonial, o que é atualmente o estado do Maranhão
permaneceu pouco conectado ao Império Português. Essa situação mudou na segunda
metade do século XVIII. A política portuguesa incentivou as grandes lavouras de
algodão e de arroz no vale do Rio Itapecuru, concedendo cartas de sesmarias.
Por outro lado, havia uma frente de povoamento no sul, na região de Pastos
Bons, que se dedicou à pecuária e estava conectada com outras regiões, como o
Piauí e a Bahia. A maior parte do território era inexplorada pelo homem branco,
sendo dominada pelos povos indígenas. Na época da independência, calculava-se
uma população de cerca de 150 mil habitantes, destes, 55% eram escravizados.
Haviam quatorze vilas, e a capital era São Luís.
Os
acontecimentos da independência no Maranhão possuem profunda conexão com os do
Piauí. A posição inicial da província era de adesão às Cortes de Lisboa, não
havendo, ao que se consta, partidários da adesão ao projeto liderado por Dom
Pedro. As ligações com Lisboa eram muito mais profundas do que as com o Rio de
Janeiro, uma situação que era vivida também pelo Pará. Vindos do Ceará e do Piauí,
cruzando o Rio Parnaíba após a Batalha do Jenipapo (março de 1823), as tropas
brasileiras avançaram pelo interior da província. Em junho, José Felix Pereira
de Burgos, comandante de armas na região do Vale do Itapecuru, aderiu ao
projeto independentista. Tal fato representou a queda da última barreira que
separava os “brasileiros” da capital.
Quase ao mesmo tempo, chegava a São Luís uma esquadra comandada pelo almirante Thomas Cochrane, enviada por Dom Pedro. Pressionada por terra e por mar, em 28 de julho de 1823, a Junta de Governo do Maranhão proclama a adesão ao Império do Brasil. A vila de Caxias foi a última a se render, após longo cerco, em 31 de julho.
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