22.10.24

Rio Negro

 

Os impactos da Revolução do Porto no extremo norte da América Portuguesa até hoje são motivo de controvérsia entre historiadores.

A ocupação portuguesa do que chamamos atualmente de estado do Amazonas se iniciou na metade do século XVIII. Vilas foram sendo fundadas, como Manaus, Borba, Tefé e Barcelos. Com o tempo, se estabeleceu a chamada Capitania do Rio Negro, subordinada ao Estado do Grão-Pará e Maranhão, reunindo essas vilas.

Porém, os grandes empreendimentos de exploração econômica, povoação e dilatação da fronteira portuguesa pelo vale amazônico foram planejados e conduzidos pelos grupos sediados em Belém. Os habitantes locais não eram consultados nos planos de exploração de riquezas vegetais ou minerais. A realidade era de altos impostos, que recaíam sobre os habitantes locais. O sentimento de insatisfação era geral na sociedade do que era então conhecido como Capitania do Rio Negro, e o desejo de emancipação em relação ao Grão-Pará crescia.

As Cortes de Lisboa, resultado da Revolução do Porto, elevaram todas as capitanias, principais e subordinadas, ao estatuto de províncias, atendendo à demanda das elites locais. Nesse processo, é eleito José Cavalcante de Albuquerque como deputado às Cortes, e instituída uma Junta de Governo. A província adere à independência brasileira em 9 de novembro de 1823, por meio de ato na Câmara de Barcelos, então sede da província.

No entanto, na convocatória para a eleição de deputados para a Assembleia Constituinte, o Rio Negro não é citado como província, e não aparece assim na Constituição de 1824. Em 1825, a Junta de Governo é dissolvida pelo governo do Pará e o Rio Negro torna-se uma das três comarcas paraenses, agora com sede na Vila da Barra do Rio Negro (Manaus). Somente em 1850, o Rio Negro tornou-se província, com o nome de Amazonas.

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