Os
impactos da Revolução do Porto no extremo norte da América Portuguesa até hoje
são motivo de controvérsia entre historiadores.
A
ocupação portuguesa do que chamamos atualmente de estado do Amazonas se iniciou
na metade do século XVIII. Vilas foram sendo fundadas, como Manaus, Borba, Tefé
e Barcelos. Com o tempo, se estabeleceu a chamada Capitania do Rio Negro,
subordinada ao Estado do Grão-Pará e Maranhão, reunindo essas vilas.
Porém,
os grandes empreendimentos de exploração econômica, povoação e dilatação da
fronteira portuguesa pelo vale amazônico foram planejados e conduzidos pelos
grupos sediados em Belém. Os habitantes locais não eram consultados nos planos
de exploração de riquezas vegetais ou minerais. A realidade era de altos
impostos, que recaíam sobre os habitantes locais. O sentimento de insatisfação
era geral na sociedade do que era então conhecido como Capitania do Rio Negro,
e o desejo de emancipação em relação ao Grão-Pará crescia.
As
Cortes de Lisboa, resultado da Revolução do Porto, elevaram todas as
capitanias, principais e subordinadas, ao estatuto de províncias, atendendo à
demanda das elites locais. Nesse processo, é eleito José Cavalcante de
Albuquerque como deputado às Cortes, e instituída uma Junta de Governo. A
província adere à independência brasileira em 9 de novembro de 1823, por meio
de ato na Câmara de Barcelos, então sede da província.
No
entanto, na convocatória para a eleição de deputados para a Assembleia
Constituinte, o Rio Negro não é citado como província, e não aparece assim na
Constituição de 1824. Em 1825, a Junta de Governo é dissolvida pelo governo do
Pará e o Rio Negro torna-se uma das três comarcas paraenses, agora com sede na
Vila da Barra do Rio Negro (Manaus). Somente em 1850, o Rio Negro tornou-se
província, com o nome de Amazonas.
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