28.6.21

Clara Courá e Mariana Xambá

Clara Courá e Mariana Xambá - Minas Gerais - século XVIII

Os poucos registros históricos das africanas Maria Xambá, Isabel Mina, Mariana da Costa e Clara Courá revelam, ainda que de forma parcial, a experiência de mulheres negras à frente de revoltas ou conspirações de escravizados e forros no Brasil colonial. As escravizadas africanas Mariana Xambá e Clara Courá estavam envolvidas numa conspiração descoberta em 1744 em Serro Frio, em Minas Gerais. Foram elas as principais articuladoras dos planos e das ações de um reinol, considerado mendicante e chamado pelo apelido de João Lourenço Negro. Ele se intitulava "príncipe encoberto", "ensinava a ler alguns rapazes" e se misturava com indígenas propagando ideias messiânicas e milenaristas.

No século XVIII, Minas Gerais testemunhou não só revoltas fiscais, quilombos e perseguições da Inquisição. Notícias de revoltas e conspirações de escravizados estavam por toda parte. Décadas antes, em 1719 e em 1725, as comarcas do Rio das Mortes e de Vila Rica tremeram diante de boatos e da repressão a revoltas.

Em 1725, as próprias autoridades lembraram dos riscos do possível levante que poderia ter acontecido em 1719, mas acabou “remediando-se aquela sublevação com as diferenças das Nações, querendo cada um para si o reinado”. A Revolta ocorreria numa quinta-feira de Endoenças - quinta-feira da Semana Santa. Os insurretos se aproveitariam da presença maciça da população nas igrejas para arrombar as casas e roubaram armas. A repressão foi imediata, sendo presos "os chamados os reis das Nações Mina e Angola e outros que estavam nomeados cabos e oficiais da sublevação”.

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