28.6.21

Peregrina e Rosa

Peregrina e Rosa - Minas Gerais - Século XIX

Peregrina vivia em Sabará, Minas Gerais. Era escravizada do Brigadeiro Jacinto Pinto Ferreira e da esposa dele, Maria do Carmo Pinto Teixeira, que costumava ter reações iradas de ciúme toda vez que seu marido se engraçava com uma cativa. Conta-se que a sinhá Maria do Carmo comprara Rosa, que, segundo se dizia, tinha lindos dentes e um belo sorriso. Rosa foi vítima da má sorte ao chamar a atenção do patrão. Bastou então que Jacinto saísse em viagem para Maria do Carmo executar sua vingança, mandando os capangas arrancarem os dentes de Rosa, que, no retorno do marido, foram entregues a ele numa bandeja.

Não sabemos se é uma lenda ou uma história real, uma vez que muitas narrativas desse tipo que falam de senhoras enciumadas e senhores admoestando suas escravizadas se multiplicam com algumas variações na literatura. Sendo o caso verdadeiro ou não, o fato é que Maria do Carmo acabou sendo punida por conta da atitude recorrente da senhora. Peregrina arquitetou um plano para assassiná-la. O Estopim foram os maus tratos infligidos pela sinhá, que mandou prender outra escravizada da fazenda, Quitéria no tronco e a castigou com chicotadas.

Devolveu a violência com grandes doses da mesma linguagem. O crime ocorreu no dia 5 de junho de 1856 na residência do casal, quando, a golpes de machado e de mão de pilão, diversas escravizadas deram fim à vida da patroa.

Das envolvidas no crime, Peregrina e Rosa foram condenadas à morte. A execução de Rosa, que segundo a população local era inocente, gerou uma espécie de lenda em Sabará. Dizia-se que em certas ocasiões era possível ouvir os gemidos e protestos de inocência vindos do local da forca, onde as duas haviam sido enforcadas.

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