Emília do Patrocínio - Rio de Janeiro - Século XIX
Emília
do Patrocínio foi uma africana ocidental empreendedora que viveu no Rio de
Janeiro. Era quitandeira e com o tempo se tornou uma grande liderança econômica
no mercado carioca.
A
primeira referência que se tem de Emília data de 1836. Ela aparece como uma
escravizada, pertencente a Teodora Maria do Patrocínio, e batizando uma filha
na Freguesia de São José, no centro do Rio. Em 1839 surge um registro da
africana comprando a sua liberdade por 500 mil réis. Meses antes, a filha dela
também tinha conseguido carta de alforria. Emília se transformaria em
quitandeira, mulher livre, constituindo parte de uma “elite” de africanos em
cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Luís. Tratava-se de
africanos que chegaram como escravizados a partir do século XVIII, conquistaram
sua alforria, depois compraram cativos e passaram a atuar economicamente na
vida urbana.
No
início da década de 1850 Emília já aparece nos registros como uma comerciante
africana liberta que atuava no mercado da Candelária e possuía vários
escravizados. Entre 1850 e 1870 Emília é incluída nos registros alforriando ao
menos 10 escravizados (dois homens e oito mulheres). Tais alforrias foram pagas
pelo valor do mercado, o que sugere a visão de empreendedora que tinha Emília,
não só como quitandeira, mas como dona de escravizados.
Na
trajetória de Emília fica claro, por fim, o seu investimento na compra de joias
e no mercado imobiliário. Emília morre dois anos antes da abolição formal da
escravidão, cheia de posses, que incluíam bancas de mercado, cativos, imóveis e
joias.
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