28.6.21

Emília do Patrocínio

Emília do Patrocínio - Rio de Janeiro - Século XIX

Emília do Patrocínio foi uma africana ocidental empreendedora que viveu no Rio de Janeiro. Era quitandeira e com o tempo se tornou uma grande liderança econômica no mercado carioca.

A primeira referência que se tem de Emília data de 1836. Ela aparece como uma escravizada, pertencente a Teodora Maria do Patrocínio, e batizando uma filha na Freguesia de São José, no centro do Rio. Em 1839 surge um registro da africana comprando a sua liberdade por 500 mil réis. Meses antes, a filha dela também tinha conseguido carta de alforria. Emília se transformaria em quitandeira, mulher livre, constituindo parte de uma “elite” de africanos em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Luís. Tratava-se de africanos que chegaram como escravizados a partir do século XVIII, conquistaram sua alforria, depois compraram cativos e passaram a atuar economicamente na vida urbana.

No início da década de 1850 Emília já aparece nos registros como uma comerciante africana liberta que atuava no mercado da Candelária e possuía vários escravizados. Entre 1850 e 1870 Emília é incluída nos registros alforriando ao menos 10 escravizados (dois homens e oito mulheres). Tais alforrias foram pagas pelo valor do mercado, o que sugere a visão de empreendedora que tinha Emília, não só como quitandeira, mas como dona de escravizados.

Na trajetória de Emília fica claro, por fim, o seu investimento na compra de joias e no mercado imobiliário. Emília morre dois anos antes da abolição formal da escravidão, cheia de posses, que incluíam bancas de mercado, cativos, imóveis e joias.

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