Félix Soares - Rio Grande do Norte - Século XVIII
O
africano Félix Soares foi o principal acusado da “conspiração dos negros do
Congo”, na capitania do Rio Grande do Norte, em fins de 1772. Ele pertencia a
algum ramo da família real do Congo. Na capitania do Rio Grande do Norte , com
ajuda do índio letrado Domingos Tavares Félix entrou em contato com os
comandantes das tropas de negros libertos. Autoridades coloniais, amedrontadas,
mencionavam nas correspondências que legaram a existência de “projetos dos
negros do Congo”. O que tramavam, não sabemos. Comentavam, porém, que todos os
escravizados da província falavam abertamente em liberdade, posto terem
descoberto que seriam forros pela lei de 16 de janeiro de 1773, em Portugal.
Escravizados,
em várias áreas coloniais, acompanhavam com grande expectativa os detalhes, os
desfechos, os conflitos, as discussões e os debates que ocorriam nas
metrópoles, sobretudo os que poderiam atingi-los e beneficiá-los. Por ocasião
da abolição da escravidão em Portugal, ficaram logo agitados, em 1769,
acreditando que poderiam ser contemplados pela mesma legislação, caso essa se
estendesse para as colônias.
Viajando
em navios para metrópole, escravizados - muitos marinheiros, grumetes ou cativos
domésticos vindos dos domínios do ultramar - tentavam fugir ou se passar por
libertos eventos envolvendo disputas europeias e coloniais eram igualmente
percebidos e avaliados por escravizados africanos libertos e nascidos nas
colônias sempre atentos às conexões políticas e impactos legais. Durante a
repressão e os interrogatórios, o africano Félix negou tudo.
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